Logomarca

Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Quinta, 28 de Março de 2024

Política

Governo atrasa o pagamento de R$ 5 bi em obras de infraestrutura

Equipe da presidente Dilma teria prometido pagar as dívidas em troca do apoio de construtoras à manobra fiscal que modifica meta do superávit primário

VEJA

19 de Dezembro de 2014 - 15:48

O governo atrasou o pagamento de pelo menos 5 bilhões de reais em obras de infraestrutura, de acordo com informações publicadas nesta sexta-feira pelo jornal Folha de S. Paulo. Empresários do setor estimam débitos de cerca de 2 bilhões de reais em projetos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), 1,5 bilhão de reais em pagamentos atrasados para construtoras do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) e mais 1 bilhão de reais em ferrovias, transposição do rio São Francisco e obras do Ministério das Cidades.

Empresários afirmam que a equipe da presidente Dilma Rousseff (PT) havia prometido quitar as dívidas contanto que as construtoras apoiassem a manobra fiscal que autoriza o descumprimento da meta do superávit primário deste ano. Mas apesar da alteração na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014, o governo não cumpriu sua parte no acordo. "O combinado não foi cumprido", disse o presidente da Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias (Aneor), José Alberto Pereira Ribeiro.

O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC), José Carlos Martins, reuniu-se na quinta-feira com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Preocupados com um possível calote, eles lembraram que estão ocorrendo greves em canteiros de obras e que empresas estão reduzindo o nível de serviço para evitar uma paralisação. Algumas companhias temem não ter dinheiro para pagar o 13º salário de seus funcionários ou para reparar estragos típicos em estradas nesta época do ano.

O governo negou acordo com as construtoras, mas disse que analisará e solucionará as pendências na medida do possível. De acordo com empresários do setor, as dívidas acumularam por causa de uma tentativa do ministro Guido Mantega de encerrar seu mandato com superávit primário. Mesmo assim, o fechamento das contas este ano ainda dependerá da parcela dos débitos que será liquidada.