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Esporte

Sanchez culpa “erros de investimento” por situação ruim do Corinthians

Alexandre Pato foi contratado durante a gestão de Mário Gobbi, que se distanciou do seu antecessor, Andrés Sanchez

GazetaEsportiva

29 de Janeiro de 2015 - 13:33

Sem mencionar os R$ 40 milhões gastos na contratação do atacante Alexandre Pato, que não vingou no Corinthians e acabou emprestado ao rival São Paulo, o ex-presidente Andrés Sanchez reconhece alguns exageros do departamento de futebol do seu clube. Esse é o principal motivo da crise financeira corintiana, segundo o hoje deputado federal.

“Todos os clubes têm dificuldades financeiras. Não era para o Corinthians também estar nessa situação, mas foram cometidos alguns erros de investimento”, criticou Sanchez, em conversa com a TV Gazeta e com o site, apesar de relevar os abusos. “A diretoria pode ter gastado muito em contratações, mas futebol é assim. Às vezes, você pode exagerar, fazer tudo em excesso.”

Alexandre Pato foi contratado durante a gestão de Mário Gobbi, que se distanciou do seu antecessor, Andrés Sanchez. A última discordância ocorreu em relação à escolha do técnico do Corinthians para 2015. Enquanto o atual presidente (será substituído na eleição do mês que vem) queria a manutenção de Mano Menezes, a chapa da situação encabeçada por Roberto de Andrade preferia Tite.

“A gente achou que a volta do Tite era melhor, e isso foi respeitado”, comentou Sanchez, sem se aprofundar sobre a montagem do elenco para a temporada. Justamente pelos problemas econômicos, o clube investiu pouco e perdeu o atacante Dudu para o Palmeiras, por exemplo. “O Corinthians se reforçou pontualmente”, disse.

Não foram apenas os gastos em jogadores em anos anteriores, no entanto, que prejudicaram as finanças corintianas. O clube também tem um estádio bilionário para quitar. “Diziam que a arena era de graça, e agora o pessoal está preocupado se vamos pagar. Mas podem ficar tranquilos, que a gente vai cumprir tudo. O Corinthians está com a sua engenharia financeira muito bem feita para isso. Não cometeremos crime algum, podem ter certeza disso, apesar de toda essa preocupação”, esbravejou o ex-presidente, encarregado do assunto.

Uma das missões de Andrés Sanchez ao ficar responsável pelo estádio era a comercialização dos direitos de nome. Ainda sem obter êxito na busca por um parceiro, o clube se conformou em chamar o local de “Arena Corinthians”, nomenclatura que agora aparece em adesivos espalhados nas estruturas de Itaquera.

Mesmo distante de um acordo para a venda do nome do estádio, Sanchez continua esperançoso em fazer o clube pagar toda a dívida contraída no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em até oito anos. As rendas dos jogos são o trunfo corintiano.

“Temos até 12 anos para quitar, mas podemos fazer isso antes se as receitas alcançarem o que a gente imagina. O Corinthians não tira dinheiro daqui até pagar o estádio. Fizemos um fundo para blindar isso aí, porque a prioridade é a arena. No final de cada ano, fazemos um balanço do que arrecadamos, pagamos as prestações e só retiramos 50% do que sobrar para o clube”, explicou o deputado federal.

Enquanto se esforça para solucionar esse e outros problemas financeiros, o Corinthians ainda trabalha em melhorias na sua arena. A expectativa de Andrés Sanchez é ver o estádio de Itaquera completamente pronto – com os telões instalados atrás do gol e a implantação de vidros nas coberturas – até abril. “Essa casa é um orgulho para o corintiano”, concluiu, com um raro sorriso.