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Sidrolandia

Número de animais silvestres atropelados na BR-262/MS cai pela metade, aponta UFPR/ITTI

O número de acidentes envolvendo animais foi reduzido se comparado com o mesmo período do ano de 2011, nos pontos onde hoje há controladores de velocidade

Assessoria

29 de Janeiro de 2015 - 14:33

A quantidade de animais silvestres atropelados na BR-262/MS, entre os municípios de Anastácio e Corumbá, caiu 59% próximo aos controladores de velocidade instalados. O dado é da Universidade Federal do Paraná que, por meio do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura (ITTI), é responsável pelo Programa de Monitoramento de Atropelamento de Fauna na região. 

Entre os meses de julho e agosto de 2014, a equipe registrou, em média, o atropelamento de dois animais silvestres no trecho de 284 km da BR-262/MS coberto pelo Programa. O número de acidentes envolvendo animais foi reduzido se comparado com o mesmo período do ano de 2011, nos pontos onde hoje há controladores de velocidade.  Para a análise, os pesquisadores do ITTI avaliaram a eficiência dos controladores de velocidade na redução dos atropelamentos de animais a partir das distâncias de 500 m, 750 m, e 1000 m, antes e depois de cada radar.

Com isso verificou-se a redução de aproximadamente 59% de atropelamentos em distâncias de 500 m antes e depois dos radares. Nas maiores distâncias houve a redução de 44,1% de mortes de animais silvestres há 700 m e 34,6% nos 1000 m após os redutores de velocidade.

Na última semana, uma onça-pintada jovem foi atropelada na rodovia próximo à ponte do Rio Paraguai. Os mamíferos estão entre as principais vítimas dos acidentes envolvendo a fauna na região, somando 72% dos registros de atropelamento, seguidos de 16% de répteis e 12% de aves. Entres as espécies que com maior registro de ocorrências estão: o lobinho (16,32%), o tamanduá-mirim (8,29%) e o jacaré-do-pantanal (8,81%).

De acordo com o estudo realizado pela UFPR/ITTI, a incidência de acidentes envolvendo animais silvestres aumenta conforme o motorista se distancia dos radares, o que evidência que o desrespeito à velocidade máxima permitida na rodovia é um dos fatores que influência nessas ocorrências. 

Programa de Monitoramento de Atropelamento de Fauna

O monitoramento é realizado por pesquisadores da Universidade Federal do Paraná, por meio do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura (UFPR/ITTI) desde 2011. No primeiro ano, o programa catalogou 610 animais atropelados entre Anastácio e Corumbá. Uma vez por semana um integrante da equipe percorre o trecho de 284 km entre os dois municípios catalogando os animais silvestres atropelados.

Com base nos dados e pesquisa com usuários da rodovia, que identificou que a imprudência dos motoristas é uma das principais causa de acidentes envolvendo a fauna, a UFPR/ITTI fez a Proposta de Dispositivos de Proteção à Fauna, que inclui em seu programa a implantação de radares nos trechos onde ocorrem mais atropelamentos, além da colocação de telas e do corte da vegetação mais densa que prejudica a visibilidade do motorista. Até o momento 20 radares já foram instalados.