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Sidrolandia

MST/MS tranca rodovias em solidariedade a famílias despejadas de acampamento

O despejo aconteceu nesta quinta-feira (27), na Usina de Quebra Coco, próximo a Sidrolândia

Assessoria

30 de Janeiro de 2015 - 13:16

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST/MS) trancou as principais rodovias federais do Estado, BR 267 (Casa Verde) e BR 262 (Terenos), BR 163 (Anhandui) e a BR 487 (De Itaquiraí a Naviraí), desde as primeiras horas desta sexta-feira (28), em solidariedade as cerca de 140 famílias do Movimento, que foram despejadas do acampamento que estava localizado nas terras improdutivas da Usina Sucroenergética Agrisul Agrícola, unidade de Mato Grosso do Sul, mas conhecida como Santa Olinda, do usineiro José Pessoa, no distrito de Quebra Coco, em Sidrolândia, a 70 km de Campo Grande.

Participam da atividade de 150 a 300 assentados e acampados em cada ponto de bloqueio e de acordo com o dirigente nacional do MST/MS, Jonas Carlos da Conceição, não há previsão de desbloqueio. "Não podemos aceitar calados o que foi feito ontem, uma ação de despejo irresponsável, que não cumpriu com as normas legais e que abalou muito as famílias que estavam acampadas no Quebra Coco", afirma.

O dirigente disse ainda que em nenhum momento, desde o dia 10 de janeiro, quando o movimento abriu o acampamento no local, houve notificação judicial de desocupação da área para o MST. "Todos ficaram sabendo da situação por notícias na imprensa, portanto as famílias não estavam preparadas para desocuparem o local e nem tinham em mente onde montar um novo acampamento", disse.

Jonas Carlos ressalta que a indignação aumenta, pois a usina está emergida em dívidas trabalhistas no Ministério Público do Trabalho, estimadas em torno de R$ 1 bilhão com bancos, fisco, fornecedores e encargos trabalhistas, além de estar na lista das empresas que utilizaram trabalho escravo, até 2009 estava na lista "suja" por conta disso. "Nós estamos nos questionando como que esse mandato de reintegração saiu tão rápido, em um local com tantos problemas judiciais, além do fato de que não houve o cumprimento legal dos procedimentos de notificação. Isso só mostra que o poder público estadual tem lado e isso está bem claro pelo aparato policial do batalhão de choque que foi utilizado", afirma.