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Policial

Onda de assaltos na saída dos shoppings da Capital continua, denuncia sindicato

A maioria deles não foi registrada na polícia porque as vítimas criticam o excesso de tempo e burocracia para registrar as ocorrências.

Wilson Aquino

25 de Fevereiro de 2015 - 11:00

A onda de assaltos em torno dos shopping centers de Campo Grande, especialmente o Bosque dos Ipês e o Norte Sul Plaza, continuam depois do encerramento do expediente, às 22 horas. Nenhuma providência foi tomada pela direção dos empreendimentos comerciais, como a colocação de guardas vigilantes e nem mesmo pela Secretaria de Segurança Pública, com reforço policial na região.

A denúncia é do Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande – SECCG, que está ratificando esta semana o pedido de providências ao comando geral da Polícia Militar e à Secretaria de Estado de Segurança Pública, para reduzir ou acabar, preferencialmente, com a onda de crimes contra comerciários e consumidores na saída dos shoppings, depois de seus fechamentos, às 22 horas.

"Estamos enviando esta semana novos ofícios às autoridades de segurança pública da cidade e do Estado, para que reforcem o policiamento em torno dos shopping, pois a marginalidade tem-se aproveitado da falta de segurança, para assaltar comerciários e consumidores", critica André Luiz Garcia, diretor do SECCG, que tem acompanhado de perto o drama vivido pela classe nos shoppings da cidade.

No mês passado, segundo André Luiz, foram registrados em média 15 assaltos em torno do shopping Norte Sul, apesar das denúncias levadas a público pelo sindicato. No Bosque dos Ipês, foram registrados em torno de 8 assaltos. A maioria deles não foi registrada na polícia porque as vítimas criticam o excesso de tempo e burocracia para registrar as ocorrências.

A maioria dos assaltos é a celulares das vítimas. Os criminosos, segundo André Luiz Garcia, são normalmente menores, armados com facas e revolver. "Temos encontrado dificuldade para fazer levantamento junto aos funcionários do Shopping Campo Grande, pois sentimos ali que há uma pressão muito grande, tanto dos lojistas quando da direção do shopping de impedir que funcionários denunciem a criminalidade no seu entorno", critica o diretor sindical.

O presidente do sindicato, Idelmar da Mota Lima, que preside também a Federação dos Trabalhadores no Comércio e Serviços de Mato Grosso do Sul – Fetracom/MS e a Força Sindical Regional MS, diz que o problema da criminalidade contra comerciários e consumidores ocorre também em outras cidades do interior do Estado, principalmente em Dourados, Três Lagoas, Ponta Porã e Corumbá.

"Esperamos que o novo governo, de Reinaldo Azambuja, nos atenda e promova o aumento do policiamento em torno dos shoppings depois de seu fechamento, depois das 22 horas", afirma Idelmar. Ele critica também as empresas que seguram funcionários por muito tempo depois do horário de expediente ao público, com serviços internos e só liberando-os depois das 23 horas. Esse ato tem aumentado ainda mais a insegurança dos funcionários e dificultado também o retorno para casa, devido à redução do número de ônibus em linha. "Contamos com nossas autoridades e com o bom senso dos empresários", afirma Idelmar.