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Policial

Sem viatura, Batalhão de Choque trabalha de "mãos amarradas"

A consequência da falta de efetivo nas ruas reflete diretamente na segurança da população, que a qualquer hora do dia, está à mercê da bandidagem

Correio do Estado

25 de Fevereiro de 2015 - 15:45

Problema que já se tornou recorrente em Campo Grande e em Mato Grosso do Sul quanto a falta de viatura policial chegou ao extremo. Nos últimos dias, o Batalhão de Choque tem atuado sem nenhum carro oficial. Apenas seis motocicletas são empenhadas no trabalho de patrulhamento e atendimento às ocorrências.

A consequência da falta de efetivo nas ruas reflete diretamente na segurança da população, que a qualquer hora do dia, está à mercê da bandidagem. Exemplo disso foi um caso que ocorreu por volta das 16h de ontem (24), na Avenida Marechal Deodoro, no Conjunto Aero Rancho. Uma pedestre, de 36 anos, teve a bolsa levada por dois assaltantes, que ocupavam uma motocicleta e estavam armados.

O reflexo da falta de investimento no setor público também pode ser observado diretamente nas estatísticas da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), que têm mostrado crescente número de casos de assaltos, especificamente na Capital. Em uma semana, entre os dias 17 e 24, foram 108, representando média de 13 crimes por dia.

Falta de investimento
Conforme denúncias, há cerca de uma semana o Batalhão está sem nenhuma viatura em funcionamento. As três que ainda poderiam ser utilizadas recentemente foram “baixadas” - termo para determinar envio ao conserto. Com as mãos praticamente "amarradas", militares passam o tempo dentro do quartel em atividade física.

Ainda de acordo com denúncia, a situação dos carros é de sucateamento. Por isso, permanentemente, vão para oficinais, onde permanecem durante meses parados, aguardando, acima de tudo, a conclusão de processos burocráticos para que possam ser reparados e devolvidos às ruas. Além das oficinas, o próprio pátio do Batalhão tem servido para depósito das sucatas. Hoje pela manhã, a reportagem flagrou um dos carros sendo levado para reparos.

“O indicado não são mais consertos, pois as viaturas são antigas, do ano de 2002. Precisam ser trocadas. Não suportam mais os trabalhos desempenhados pelos policiais”, citou uma fonte, rebatendo ao anúncio feito pelo governador Reinado Azambuja, de que 258 viaturas que estavam encostadas, quando assumiu o mandato, serão consertadas e entregues até o meio do ano.

Segundo a Sejusp, não há previsão para aquisição de novas viaturas, pelo menos, nos próximos 100 dias. Sobre a falta de viaturas no Batalhão de Choque, a secretaria não se manifestou.