Sidrolandia
Para Fiems, ajuste fiscal é engodo do Governo para cobrir próprias despesas
O presidente Sérgio Longen reforça que alteração na desoneração da folha de pagamento é a gota dágua para a indústria
Daniel Pedra/Assessoria
27 de Fevereiro de 2015 - 15:41
Após o Governo Federal publicar na edição desta sexta-feira (27) do Diário Oficial da União a Medida Provisória 669, que altera o sistema de desoneração da folha de pagamento, a Fiems aumentou o tom de crítica às medidas tomadas desde o início ano pela equipe econômica da presidente Dilma Rousseff. Na avaliação do presidente da Fiems, Sérgio Longen, é um absurdo o que o Governo Federal vem fazendo com o setor produtivo nacional.
A MP publicada nesta sexta-feira demonstra um completo desespero da União em relação às contas públicas e a única maneira que a equipe econômica está encontrando de cobrir as despesas é aumentando os impostos, declarou Sérgio Longen, completando que a sociedade brasileira esperava cortes nas despesas públicas, mas, pelas medidas adotadas pelo Governo Federal, devem ficar só no campo das promessas.
O Governo Federal sinaliza que fará cortes nas despesas, mas opta pela elevação de impostos dia após dia. O discurso de ajuste fiscal não é nada mais do que um engodo para praticar o aumento de taxas e tarifas e, dessa forma, cobrir os gastos públicos. O Governo da presidente Dilma está na contramão dos países desenvolvidos, criticou o presidente da Fiems.
Para ele, o setor industrial vem perdendo a competitividade e a decisão de, a partir de junho deste ano, obrigar as empresas que recolhem 2% do faturamento para a Previdência Social a arcar com 4,5%, enquanto aquelas que pagam 1% terão de recolher 2,5%, é mais uma medida de impacto expressivo sobre a capacidade de enfrentar os desafios da competitividade global. Trata-se de um retrocesso para a competitividade de muitos setores que enfrentam forte concorrência internacional. Tal medida gerará forte impacto para a indústria e para a economia nacional, com consequências inclusive para a manutenção de empregos, pontuou.
Sérgio Longen elenca, entre outras medidas recessivas do Governo Federal, a elevação dos juros Selic para 12,25%, com indicação de novos aumentos até o fim do ano, aumento da alíquota de IOF para as operações de crédito da pessoa física de 1,5% para 3%, elevação na alíquota de PIS/Cofins sobre importação de 9,25% para 11,75%, aumento da Cide e do PIS/Cofins sobre combustíveis e aumento abusivo da energia elétrica, somados todos os reajustes, a conta de luz ficará 50% mais cara.
Além disso, o Governo ainda vetou a correção de 6,5% da tabela de IR, o que na prática, muitos que não pagariam IR passarão a pagar e outros que pagariam menos com a correção dos limites, pagarão mais do que deveriam. Essas medidas demonstram claramente o descontrole das contas públicas em um momento de recessão da economia brasileira, aumento das demissões e taxa de desemprego e, por fim, inflação acima do teto da meta, finalizou o presidente da Fiems.