Política
Em discurso-desabafo, Marcão vai à tribuna para atacar colega pastor que tentou cassá-lo
Moacir, como é 1º suplente do PSDB, voltou à Câmara na vaga aberta pelo vereador Ilson Peres, nomeado secretário de Governo.
Flávio Paes/Região News
03 de Março de 2015 - 07:43
A monotonia da primeira sessão ordinária do ano na Câmara de Sidrolândia nesta segunda-feira, foi quebrada pelo vereador Marcos Roberto, do Solidariedade, que ao invés de defender propostas, foi à tribuna fazer um discurso- desabafo, com ataques contundentes ao novo colega de parlamento Moacir Romeiro (PSDB) que em 2013 entrou na Justiça para tentar cassá-lo por infidelidade partidária porque ele deixou o PSDB para primeiro ingressar no PROS e depois do Solidariedade, junto com os vereadores David Olindo, Mauricio Anache e Jurandir Cândido.
Moacir, como é 1º suplente do PSDB, voltou à Câmara na vaga aberta pelo vereador Ilson Peres, nomeado secretário de Governo. Na sua volta ao Legislativo, o pastor da Assembléia de Deus Mato Grosso do Sul, por 20 minutos, ao invés de boas-vindas, teve de ouvir calado, sem direito a aparte, o colega de parlamento compartilhar com o público presente na Câmara e a população que acompanhava a sessão transmitida pela Rádio Pindorama, ao custo mensal de quase R$ 16 mil, toda a mágoa e ressentimento acumulados por Marcão contra ele.
O senhor não merece ser chamado de Pastor. Não merece meu respeito. Fala em nome de Deus, mas não pratica aquilo que prega. Jamais esperava esta atitude da sua parte, proclamou o vereador do Solidariedade, ao iniciar suas queixas. Marcos Roberto fez questão de poupar o presidente do diretório municipal do PSDB, Moacir Hernandes, que o teria liberado do risco de cassação ao ser informado da sua decisão de deixar o ninho tucano pelo qual se elegeu, mas reafirmou as criticas a iniciativas do governo municipal que justificariam ter se bandeado para a oposição.
Tiraram o apoio aos assentados. Acabaram com o transporte universitário gratuito; fecharam o posto 24 horas, diante destas medidas, não poderia ficar do lado por onde me elegi, justificou. Ao voltar a carga contra seu desafeto, Marcão resgatou fatos ocorridos no período de campanha eleitoral de 2012, quando ele ( Pastor Moacir), teria recorrido a métodos ilegais para garantir apoio e voto no Assentamento Eldorado, onde o agora vice-presidente da Câmara, mora, explora um serviço de transporte de passageiros e tem sua principal base eleitoral.
O senhor me usou. Eu levava no ônibus, sem cobrar nada, membros da sua Igreja. Depois tentou tirar meus votos. Sei que presenteou uma missionária, que o senhor sabe quem é, com uma motocicleta, fez doação de uma bomba d água, acusou Marcos Roberto sem apresentar provas das denúncias, que se confirmadas, caracterizariam compra de voto.
Marcos Roberto diz que por conta do risco de ser cassado, a partir do processo com pedido de cassação movido pelo Pastor Romeiro, teria experimentado junto com a sua família, momentos terríveis de angustia e preocupação na virada do ano de 2013/2014. Não tinha como pagar R$ 150 mil a um advogado para me defender, sou um homem de poucos recursos, que se elegeu praticamente sem gastar nada, lembrou, para em seguida destacar o apoio recebido do presidente da Câmara, David Olindo, que é advogado, para livrá-lo do risco de perder o mandato na Justiça.