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Policial

Produtores acusam índios de sequestro e cárcere privado em área de conflito

Dois dias após a ocupação, fazendeiros da região acusaram os índios de andarem armados e de atirar contra um grupo de proprietários rurais

Caarapó News

26 de Março de 2015 - 16:43

Dois produtores rurais do município de Caarapó, acusam índios do acampamento montado na fazenda Nossa Senhora Aparecida de sequestro, cárcere privado e ameaças. A denúncia foi feita em boletim de ocorrência registrado na delegacia da Polícia Civil nesta semana, mas o caso teria ocorrido na sexta-feira, dia 20.

De acordo com o site, as vítimas do suposto sequestro são os produtores Eurico Rodrigues Faria, 47, e Diego Enrique Bacchi Beneti, 28. Eles relataram na delegacia da cidade que na tarde de sexta-feira, após terminar a colheita de soja na fazenda Nossa Senhora Aparecida, retornavam para casa, quando teriam sido abordados por um grupo de pelo menos 40 índios.

A fazenda foi ocupada no dia 7 de dezembro do ano passado. Dois dias após a ocupação, fazendeiros da região acusaram os índios de andarem armados e de atirar contra um grupo de proprietários rurais. Fotos enviadas na época ao site pelo Sindicato Rural mostravam pelo menos três índios com armas.

Também em dezembro, o Cimi (Conselho Indigenista Missionário) acusou os fazendeiros de contratarem seguranças armados para cercarem o acampamento. Na época, o delegado da cidade, Benjamin Lax, afirmou que o cerco era um “factoide”.

Sequestro – Eurico e Diego disseram que foram levados para o acampamento indígena e obrigados a ingerir bebida alcoólica artesanal feita pelos próprios índios e tiveram os rostos pintados. Segundo eles, o grupo estava armado com flechas, facão, foice, lança e pedaço de madeira.

Conforme a denúncia, os índios teriam ameaçado incendiar o trator dos produtores e feito ameaças, falando que muitos indígenas estão morrendo e “que estava na hora de morrer branco também”. Antes de serem liberados, os dois agricultores teriam sido obrigados a falar a frase “não vamos plantar mais nessas áreas, pois a terra é de vocês”, para que um dos índios gravasse com o celular. Eurico e Diego contaram que foram mantidos no acampamento por pelo menos três horas e só foram liberados quando outros índios chegaram ao local.

O caso deve ser encaminhado à Polícia Federal, já que a área é considerada de conflito indígena. Existe um pedido de reintegração de posse da área tramitando na Justiça Federal.