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Política

Pagamento de propina pela Enersul apavora deputados

Como a manobra não surtiu efeito, o líder do PMDB, deputado Eduardo Rocha, teria cogitado não indicar ninguém para compor a CPI

Correio do Estado

28 de Março de 2015 - 07:25

A criação da CPI do Mensalão da Enersul para apurar suposto pagamento de propina a parlamentares e outros líderes políticos está apavorando os mais antigos da Assembleia Legislativa. Em reunião na casa do deputado Maurício Picarelli (PMDB) com integrantes da base aliada, o deputado Marquinhos Trad (PMDB) foi pressionado a desistir da CPI. 

Como a manobra não surtiu efeito, o líder do PMDB, deputado Eduardo Rocha, teria cogitado não indicar ninguém para compor a CPI. Com isto, ele excluiria Marquinhos da comissão. E também tiraria a chance de o deputado ser presidente (com poder de requisitar documentos, inspeções e convocar autoridades a prestar depoimento) ou relator da CPI. Marquinhos foi alijado do processo de investigação.

A ideia de suspender a CPI foi para atender a pedido de supostos beneficiários do esquema do mensalão, que teria custado R$ 700 milhões aos cofres da Enersul.

Ao propor a CPI, Marquinhos apresentou auditoria que, além do rombo, apontou que o dinheiro teria parado no bolso de ao menos 35 pessoas, incluindo políticos do primeiro escalão, seus apadrinhados e parlamentares do Estado. A lista não foi revelada, mas um dos objetivos do colegiado, assegurou Marquinhos, é ter acesso ao documento e torná-lo público.