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Policial

Garoto saiu para soltar pipa e morreu eletrocutado ao buscar água em sítio

O menino pisou em uma poça de água no momento em que levou o choque e morreu no mesmo instante

Campo Grande News

31 de Março de 2015 - 14:57

Fabrício Nunes Silva Júnior, 13 anos, que morreu eletrocutado no sábado (28), tentou pular uma cerca elétrica para chegar até uma torneira, dentro de uma propriedade rural próxima ao Bairro Oiti, na saída para Três Lagoas. O menino pisou em uma poça de água no momento em que levou o choque e morreu no mesmo instante.

O primo de Fabrício, de 13 anos, contou que ele e vários outros meninos vão todos os finais de semana até um campo, ao lado da propriedade rural, para brincar e soltar pipa. Janete Cleis Barbosa, 30, relatou que o filho dificilmente ia até o local, mas resolveu ir desta vez, sem a sua permissão.

No final da tarde, por volta das 17h30, Fabrício sentiu sede e resolveu ir até uma torneira, ao lado de um cocho, dentro da propriedade rural, que dividia o campo com uma cerca elétrica. O primo pediu para que ele desse uma volta, mas, para encurtar o caminho, Fabrício resolveu pular a cerca, pensando estar desativada.

“Os meninos contaram que ela estava desligada quando eles chegaram, mas um morador afirmou que o dono da chácara ligou depois que eles chegaram”, alertou a mãe da criança.

No mesmo local onde Fabrício iria pular, o primo lembrou que havia uma poça de água, então ele acabou molhando os pés antes de pegar no arame. “Quando ele colocou uma mão, ele acabou ficando grudado e pediu socorro, então chutamos os braços dele, para que ele soltasse os fios”, contou o primo.

As crianças tiraram Fabrício do local e o colocaram embaixo de uma árvore, onde tentaram realizar uma massagem cardíaca, porém o Corpo de Bombeiros chegou alguns minutos depois, porém o menino não resistiu e morreu no local. O dono da chácara fugiu sem prestar socorro.

A cerca não possui sinalização e, de acordo com a polícia, foi feita de forma irregular como se fosse uma rede elétrica. O tio do menino, Sideni Muniz Barbosa, 31, foi até o local e assegurou que os arames não tinham proteção e há poucos gados na região. “Não sei o porquê desta cerca”.

Além de Fabrício, Janete e o marido possuíam mais dois filhos.

Crime - Segundo o delegado Enilton Zalla, da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Bairro Piratininga, no ano passado uma situação parecida aconteceu no mesmo sítio, o que leva a crer que ele sabia sobre os riscos da criação da cerca elétrica, podendo ser indiciado por homicídio doloso.