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Política

Para atender Delcidio, Câmara “importa” advogada da Capital e reforça “cabidão do parlamento

Desde o último dia 1º de março, Carolina, que é de Paranaíba, mas atualmente mora em Campo Grande, está na folha de pagamento do Legislativo.

Flávio Paes/Região News

05 de Maio de 2015 - 09:45

Entre prestigiar seus colegas de advocacia da cidade e atender um pedido do senador Delcídio do Amaral, o presidente da Câmara, David Olindo, optou por agradar seu novo guru político, “importando” da Capital, a advogada Carolina Santos Pereira Mencin, apadrinhada pelo parlamentar petista. Desde o último dia 1º de março, Carolina, que é de Paranaíba, mas atualmente mora em Campo Grande, está na folha de pagamento do Legislativo. 

Ela foi nomeada para o cargo de “inspetora” que lhe assegura uma remuneração mensal de R$ 3.705,00, sendo R$ 2.850,00 de salário base e mais 30% de representação. Embora pela estrutura de cargos do Legislativo, ela tivesse de cumprir jornada semanal de 40 horas, expediente diários de 8 horas, a doutora Carolina, segundo o vereador Edno Ribas, tem o compromisso de apenas vir uma vez por semana a Sidrolândia, as terças-feiras, para atender exclusivamente as demandas do gabinete da presidência.

“Considero esta nomeação no mínimo estranha, já que o Dr. David, na condição de ex-presidente da subsecção local da OAB, deveria ter como prioridade prestigiar seus colegas de classe, preservar o mercado de trabalho da categoria. Não é possível que entre eles não haja alguém capacitado para assessorar a Câmara”.

http://i.imgur.com/Fg6zLFQ.jpgAtualmente há aproximadamente 40 advogados militando na Comarca local. No próprio Legislativo há comissionados que são advogados, inclusive com registro na OAB, caso de Wellison Muchiutti, nomeado no gabinete do vereador Nélio Paim, com salário de R$ 2.236,00, com o compromisso de cumprir expediente diariamente.

Para Edno Ribas, a “farra das nomeações” é um fator que traz preocupação porque o Ministério Público pode interpretar o mecanismo como meio de obter dividendos políticos ao invés da prestação de serviço visando à melhora do atendimento e do trato com a coisa pública. “Nós vereadores, que somos os verdadeiros fiscais do povo, temos de começar a fiscalizar nossa própria casa”, revela.

Comissionados

Em quatro meses de gestão o presidente da Câmara aumentou em 79% a folha de pagamento dos comissionados, que em abril ficou em R$ 88.894,00, quando em igual período do ano passado, era de R$ 49.526,41. Parte deste custo reflete a nova estrutura de cargos criada por David que criou cinco cargos com salário de R$ R$ 6.240,00, vencimento superior ao dos vereadores que ganham em torno de R$ 6 mil, além de ter sido reajustado o salário da maioria dos assessores. Se todos os cargos forem preenchidos, a folha dos comissionados subirá para R$ 105.495,00.