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Sidrolandia

1 em cada 3 pessoas já comprou contrabando, diz pesquisa

Preço é citado como principal vantagem, e a qualidade, como desvantagem. Brasileiros optariam por produtos legais se eles fossem mais baratos.

G1

25 de Maio de 2015 - 10:21

Uma em cada três pessoas disse já ter comprado mercadoria proveniente de contrabando, segundo pesquisa Datafolha realizada em 143 municípios de todo o país. As justificativas estão ligadas ao custo menor, ainda que as desvantagens sejam reconhecidas pela população, principalmente nos quesitos qualidade, garantia e falta de procedência confiável.

Por isso, 9 entre cada 10 brasileiros acreditam que se os preços dos produtos brasileiros fossem mais baixos, os consumidores deixariam de consumir produtos de origem ilegal.

Consultados sobre prós e contras dos produtos contrabandeados, os brasileiros apontaram, espontaneamente, o preço como principal vantagem, e a qualidade, como maior desvantagem. Para 53%, o preço mais barato se destaca como principal vantagem dos produtos contrabandeados. A segunda vantagem mais citada, por 9%, é o fato de o produto não pagar imposto. Em seguida aparecem a facilidade de adquirir o produto em qualquer lugar (3%), o lucro obtido pelos vendedores (3%) e a qualidade superior (2%). Uma parte significativa da população (37%) disse não ver nenhuma vantagem nos produtos contrabandeados.

Em relação às desvantagens, a qualidade foi citada por 43%, seguida por falta de garantia (33%), o fato de ser ilegal (18%), sonegação de impostos (8%), prejuízos à economia do país (6%), falta de confiança na procedência (3%) e preço (1%).

A maioria dos entrevistados concorda que os produtos contrabandeados são mais baratos porque não pagam os impostos devidos (89%), porque eles não precisam se submeter às normas da fiscalização brasileira (87%) e porque são feitos com material de qualidade inferior (77%).

A ampla maioria dos brasileiros (92%) acredita que, se o preço dos produtos vendidos legalmente no Brasil fosse mais baixo, os brasileiros deixariam de comprar produtos contrabandeados.

Uma parcela de 60% da população não sabe reconhecer produtos contrabandeados. Entre os que nunca compraram esse tipo de produto, a fatia dos que não os diferenciam dos demais chega a 68%, e cai para 45% entre os que já compraram.

Combate

Informados de que Foz do Iguaçu é a porta de entrada da maior parte dos produtos contrabandeados que chegam ao Brasil, os entrevistados tiveram como opções como responsáveis por esse problema o governo federal, o governo do Paraguai, os consumidores brasileiros e o governo do Paraná. O governo federal é considerado o responsável por 48%, e 28% consideram os consumidores brasileiros o maior responsável. O governo do Paraguai é apontado por 17%, e o governo do Paraná, por 6%.

A visão sobre a ação do governo federal em relação ao contrabando é negativa entre a população. Apenas 5% consideram o trabalho feito contra a entrada de produtos contrabandeados muito eficiente, e os demais se dividem entre aqueles que o consideram um pouco eficiente (50%) ou nada eficiente (40%).

As eficiências de algumas medidas de combate ao contrabando também foram avaliadas, e todas foram consideradas altamente eficientes por pelo menos metade dos brasileiros. O reforço no policiamento das fronteiras e a adoção de penas mais duras para o crime de contrabando são vistas como muito eficientes por 61%, índice mais alto dentre as alternativas analisadas. Em seguida aparecem o bloqueio total das fronteiras pela Polícia Federal (53%) e programas de incentivo ao emprego nos dois lados da fronteira (53%), e em nível próximo, a criação de um Centro de Inteligência Brasil-Paraguai (48%).

A medida considerada mais eficiente é o reforço no policiamento de fronteiras, indicado por 37%. Em seguida aparece o endurecimento das penas para o crime de contrabando (23%), um programa de incentivo à geração de empregos nos dois lados da fronteira (17%), a criação de um Centro de Inteligência Brasil-Paraguai (11%) e fechamentos pontuais na fronteira para o comércio (9%).

Para 86%, produtos contrabandeados incentivam o crime organizado e o tráfico de drogas. Para 94%, eles prejudicam o comércio e a indústria do Brasil, e para 91%, trazem prejuízo para o país. Para 93%, é crime vender produtos contrabandeados, e para 88%, é crime comprar.