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Sidrolandia

Greve dos professores da Rede estadual é parcial em Sidrolândia

Em todo o estado cerca de 270 mil alunos irão ficar sem aula, 362 escolas devem ser fechadas e cerca de 25 mil profissionais em educação parados

Flávio Paes/Região News

27 de Maio de 2015 - 07:41

Só os professores da Escola Estadual Catarina de Abreu aderiram à greve deflagrada em todo o Estado pela categoria. Estão normais as aulas nas escolas Sidrônio Antunes de Andrade, Vespasiano Martins e do Assentamento Eldorado. A intenção da categoria é que 362 escolas fiquem fechadas por tempo indeterminado a partir desta quarta-feira, com adesão de 25 mil profissionais da educação.

De acordo com Roberto Magno Botareli, presidente da FETEMS (Federação dos Trabalhadores em Educação em Mato Grosso do Sul) a categoria cobra o reajuste de 10,98% de reajuste previsto na Lei Estadual n° 4.464, de 19 de dezembro de 2013, que regula a implantação do Piso Salarial Nacional por 20 horas.

No compromisso firmado, o Governo do Estado, tinha até o dia 15 de maio, para negociar com a FETEMS, o pagamento do piso nacional por 20 horas até 2018 e a proposta apresentada é um retrocesso, pois ao invés da implementação do piso em quatro anos, que seria 2018, o poder público propôs reformular a Lei e aumentar a implementação para oito anos, no caso a legislação só seria cumprida em 2022", disse.

O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) vê “politização” na decisão da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul) de iniciar greve, a partir de quarta-feira (27), nas escolas estaduais. Para ele, não há entre os professores “ambiente” para paralisar. Neste sentido, avalia que entidades sindicais e até partidos políticos estariam insuflando a greve.

“Infelizmente, estão querendo politizar essa questão, como é um ambiente nacional, ligando muitas vezes à CUT (Central Única dos Trabalhadores), ao PT, de querer politizar e nós vamos continuar tratando os professores com responsabilidade”, disse Reinaldo, em agenda pública na Assembleia Legislativa, na tarde desta segunda-feira (25).

Com a decisão de paralisação, Mato Grosso do Sul é o último Estado, governado pelo PSDB, a enfrentar greve no País. A medida local acompanha movimentos que já acontecem em São Paulo, Paraná, Pará e Goiás. Santa Catarina, Pernambuco e Sergipe também enfrentam greve, mas não são administrados por tucanos.

No entanto, segundo Reinaldo, “ninguém fez, até agora, o que Mato Grosso do Sul fez”. “Que foi dar reajuste de 13,01%, a partir de janeiro e mais 4,34%, a partir de outubro”, ressaltou. Ele ainda exaltou proposta de dobrar o salário até 2022.

Mato Grosso do Sul paga o piso nacional para os professores, paga, inclusive, 38,84% acima do valor. Enquanto o piso nacional é de R$ 1.917,78, o Estado repassa R$ 2.662,82. Mas, de acordo com o governo, 99,67% dos profissionais tem curso superior e recebem em média R$ 5.561,90 para carga horária de 40 horas semanais.

Os professores, porém, cobram o piso por 20 horas de trabalho, em conformidade com a lei 4.464. “Baixamos um decreto negando vigência a essa lei, porque é uma lei praticamente impossível de ser praticada e a Justiça pode decidir, porque ela (a lei) fere dois princípios: a questão da constitucionalidade e principalmente a lei de responsabilidade fiscal”, rebateu o governador. De acordo com a lei, a partir deste ano até 2018, o salário deveria dobrar.