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Política

David faz malabarismo para pagar quase R$ 8 mil por mês a assessores informais

O presidente da Câmara Municipal, David Moura de Olindo (SD) tem recorrido a uma série de malabarismos financeiros para manter sete assessores que sem vínculo funcional.

Flávio Paes/Região News

28 de Julho de 2015 - 14:21

Não satisfeito em ter aumentado em 75% os gastos do Legislativo com o quadro de comissionados (que passou de 22 para 28 funcionários), o presidente da Câmara Municipal, David Moura de Olindo (SD) tem recorrido a uma série de malabarismos financeiros para manter sete assessores que sem vínculo funcional, sequer assinam recibo, alguns sem a obrigação de cumprir expediente diário. Em fevereiro reteve R$ 3.777,52 do cheque de R$ 4.977,52, destinado ao fotógrafo Marcell Rodrigues Colman.

No mês seguinte, em março, recorreu a Gerson Aquino dos Santos, um dos assessores, a quem orientou a abrir uma firma (a Clean Serviços de Limpeza e Manutenção) uma empresa fantasma já que em cinco meses só emitiu duas notas fiscais (de R$ 3.600,00 e R$ 4.200,00, totalizando R$ 7.800,00), emitidas para um só cliente: a própria Câmara.

David faz malabarismo para pagar quase R$ 8 mil por mês a assessores informaisEste dinheiro bancou dois meses de salário de Gerson e de Adão Rogério Castro Moraes, além de Manoel Alves Rocha, que ganha R$ 1.100,00. Xixo, como Gerson é chamado pelos amigos, teve uma breve vida empresarial. Em maio ele foi informado pelo novo chefe gabinete da presidência, Agmar Pereira Nantes, o Guima, de que sua empresa não poderia emitir mais notas, porque ultrapassaria o limite autorizado pela lei 8.666 (Lei das Licitações) para compra de produtos ou serviços, sem necessidade de licitação.

Desde então todo o mês ele e os colegas vão à sala de Agmar, recebem o salário, assinam um recibo (sem cópia), que não tem o timbre da Câmara. A equipe “contratada por fora”, não tem a menor ideia da origem do dinheiro.  Ao deporem no prestaram dentro do inquérito do Ministério Público, base da ação civil pública instaurada pelo promotor Luciano Loubet, os funcionários detalharam o ritual de recebimento que vem sendo mantido todos os meses.

Andréia da Silva Moitinho, por exemplo, exercendo a função de copeira, espera há seis meses pela nomeação para o cargo confiante na promessa que lhe fez o presidente da Câmara, tendo até providenciado a documentação, mas até agora continua sem nenhum vínculo. Em fevereiro, foi informada que seu salário de R$ 1.100, 00 foi pago com parcela do cheque emitido para Marcell Colman; em março, ela própria (por orientação do ex-chefe de gabinete Pitó) tirou uma nota fiscal avulsa na Prefeitura, recolheu o ISSQN e então recebeu da Câmara. 

Em abril, a origem do seu vencimento foi o pagamento feito à empresa de Chester de Almeida Hortêncio. No mês seguinte, Andréia recebeu diretamente de Guima e segundo ele, quem teria arcado com o salário seria o próprio David.