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Política

David tenta se livrar de acusação e sacrifica com demissão Pitó, seu braço direito

Ele foi demitido do cargo de chefe de gabinete da presidência e do comando da Comissão de Licitações da Câmara no dia 15 de junho.

Flávio Paes/Região News

30 de Julho de 2015 - 09:51

Alvo de uma ação civil pública que pode lhe custar, em caso de condenação, sua destituição do cargo e a perda dos direitos políticos por até oito anos, o presidente da Câmara de Sidrolândia, David Olindo (SD), para tentar se eximir de responsabilidade sobre os atos irregulares que adotou para pagar com dinheiro público um grupo de sete assessores informais, não hesitou em sacrificar seu braço direito na Câmara e no seu escritório de advocacia: Luiz Carlos da Silva, o Pitó.    

Ele foi demitido do cargo de chefe de gabinete da presidência e do comando da Comissão de Licitações da Câmara no dia 15 de junho e na mesma data foi publicada a portaria 073/2015 de criação da Comissão de Procedimento Administrativo presidida por Márcio Marquetti.

Está comissão em 45 dias, terá a missão de vai apurar “eventual cometimento de infração administrativa do ex-ocupante do cargo de chefe de gabinete Luiz Carlos da Silva”. Mesmo com estas suspeitas que ele próprio lançou contra Pitó, depois de exonerado, o ex-assessor voltou a exercer suas atividades no escritório de Olindo.

David exonerou seu principal assessor cinco dias depois do promotor Luciano Furtado Loubet ter decidido entrar com ação civil pública por improbidade administrativa tendo como alvo, ele (presidente da Câmara), o já mencionado Luiz Carlos da Silva, além do ex-vereador Chester de Almeida Hortêncio que em troca do recebimento de R$ 4 mil, aceitou emitir uma nota fiscal de R$ 7.600,00 da sua empresa, que legalizou dois meses do pagamento de um grupo de assessores “informais” contratados pelo presidente da Câmara. Chester, ao depor na Promotoria, isentou o vereador de qualquer envolvimento na manobra, atribuindo a Pitó toda responsabilidade. 

A estratégia de David, tentando se livrar das acusações, imputando culpa ao seu principal assessor, não convenceu o promotor, que o denunciou por improbidade administrativa e chegou a pedir em caráter liminar, negada pelo juiz no dia 17 de junho, seu afastamento do cargo. 

O representante do Ministério Público entendeu que o presidente da Câmara incorreu neste crime por ter realizado despesas sem haver autorização legal e ainda rasgou os comprovados de pagamento feitos aos seus assessores. A assessora jurídica da Câmara, Paula Roberta Herestech, no seu depoimento ao promotor, deixou claro que a decisão de manter assessores sem vínculo formal com o Legislativo, foi do próprio Davi.

Mesmo com a recomendação contrária do Tribunal de Contas, Olindo não desistiu de continuar pagando assessores por meio de manobras irregulares, recorrendo a notas superfaturadas; usando empresas de fachadas abertas por um dos próprios assessores e confiscando parte do cheque emitido para um prestador de serviço, o fotógrafo Marcell Colman. Ele recebeu apenas R$ 1.200,00 dos quase R$ 5 mil a que faria jus.