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Sidrolandia

Fila de espera para descarregar milho em frente da fábrica de ração da Seara deve durar até terça-feira

Um grupo de 10 caminhoneiros, que chegou na sexta-feira à tarde, acionou o Sindicato e se recusa descarregar até que a empresa se disponha a pagar pela diária

Flávio Paes/Região News

02 de Maio de 2016 - 10:40

Desde sexta-feira caminhoneiros, vindos de Sorriso, cidade mato-grossense que fica a mais de mil quilômetros de Sidrolândia, começaram a estacionar em frente e nas cercanias da fábrica de ração da JBS/Seara às margens da BR-060 para descarregar milho.

Conforme informação da empresa, o problema teria sido criado por um erro da transportadora, que enviou toda esta carga sem que tivesse sido solicitada pela indústria. Esta suposta falha é que gerou o congestionamento porque a fábrica só tem capacidade para descarga de mil toneladas por dia, o equivalente a carga de 27 caminhões, cada um transportando em média 37 toneladas. A expectativa é que a situação esteja resolvida até amanhã.

Independente do motivo que gerou o problema, os motoristas estão descontentes com a demora, porque ficarem parados, representa o desconforto de dormir mais uma noite na cabine do caminhão, com dificuldade para fazer a higiene pessoal e muitas vezes a alternativa é transformar a lavoura mais próxima em banheiro.

Fila de espera para descarregar milho em frente da fábrica de ração da Seara deve durar até terça-feiraUm grupo de 10 caminhoneiros, que chegou na sexta-feira à tarde, acionou o Sindicato e se recusa descarregar até que a empresa se disponha a pagar pela diária, que passam a ter direito depois de 24 horas de espera. 

“Não vamos obstruir a entrada da fábrica, nem impedir ninguém de descarregar. Deixamos inclusive que os colegas passem na frente. Queremos que a transportadora nos pague aquele que é nosso direito”, informa o porta-voz do grupo, Mauri Cesar, que ficou dois dias em Sorriso (onde chegou na quarta-feira) esperando para o milho ser carregado no caminhão, pegou a estrada na quinta-feira, para chegar no dia seguinte a Sidrolândia. Eles querem receber R$ 1,10 por hora parada, sendo que desde o valor o motorista fica com R$ 0,80 e o Sindicato recebe os R$ 0,30 complementares. 

Fila de espera para descarregar milho em frente da fábrica de ração da Seara deve durar até terça-feiraA maioria dos trabalhadores mora no interior de São Paulo ou do Paraná. Eles reclamam do preço do diesel e dos gastos com pedágio. Luiz Gusmão, é da cidade paranaense de Campo Mourão. Ele chegou a Sidrolândia vindo de Sorriso no sábado às 18 horas. Enquanto em São Paulo, o diesel custa R$ 2,85 o litro, em Mato Grosso do Sul está sendo vendido a R$ 3,15, enquanto no Mato Grosso, é ainda mais caro, R$ 3,45. O pedágio é outro encargo pesado.

A viagem de ida e volta, no caso de um caminhão como seu de 9 eixos, sai por R$ 930,00. Ele reclama do processo de descarga na Seara, que não poderia ser mais ágil caso houvesse equipamentos mais modernos. “Aqui em média se consegue descarregar de 10 a 12 caminhões por dia”, assegura.