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Policial

Polícia pede exame de DNA para não ter dúvida da morte de pistoleiro

Segundo Obara, já foram coletados materiais genéticos dos familiares das duas vítimas. Para a polícia e familiares, há a convicção de que os corpos são mesmo de Betão e de Celin.

Campo Grande News

03 de Maio de 2016 - 15:39

A DEH (Delegacia Especializada de Homicídios) de Campo Grande, que assumiu a investigação do caso, solicitou exame de DNA dos dois corpos encontrados carbonizados no dia 21 de abril próximo ao lixão de Bela Vista. O delegado Márcio Obara diz que o procedimento é padrão em investigações de vítimas carbonizadas, mas que neste caso servirá também para eliminar qualquer dúvida ou especulação sobre se os corpos são mesmo de Alberto Aparecido Roberto Nogueira, o Betão, apontado como um dos maiores pistoleiros de Mato Grosso do Sul, e do policial civil Anderson Celin Gonçalves da Silva

Segundo Obara, já foram coletados materiais genéticos dos familiares das duas vítimas. Para a polícia e familiares, há a convicção de que os corpos são mesmo de Betão e de Celin. De acordo com o delegado titular da DEH, o policial civil tinha uma prótese no braço e, em um dos dedos, foi encontrada a aliança com o nome da esposa. Já com relação a Betão, o reconhecimento foi feito pelo irmão, a partir dos sinais de uma cirurgia no abdome.

O delegado explicou que, pelo fato de ter uma estrutura física avantajada e o abdome maior, nessa região do corpo não houve a carbonização total, o que permitiu que fosse localizado o material usado na cirurgia, que se assemelha com o utilizado em cirurgia bariátrica. Nos corpos também foram encontrados marcas projéteis, mas a quantidade de tiros e o calibre ainda não são do conhecimento de Márcio Obara, que não recebeu o laudo do IMOL (Instituto de Medicina e Odontologia Legal).

Obara afirmou também que não se sabe se Betão e Celin foram mortos no local onde os corpos foram queimados. Familiares de ambos já foram ouvidos e declararam que no dia 20 saíram de Campo Grande com destino a Bela Vista para pescar. O delegado garante que ainda não tem pistas que possam esclarecer o crime e o motivo.

Para o advogado José Roberto Rodrigues da Rosa, que trabalhava há 15 anos para Betão, a morte dele não tem ligação com os processos que respondia. Nesse período, Alberto Aparecido Nogueira enfrentou quatro tribunal do júri e em todos os processos foi absolvido, segundo o advogado. Em outros dois inquéritos em que foi acusado de homicídio, sequer houve a pronúncia, ou seja, não ocorreu a abertura do processo judicial.

“Em todos esses anos, ele (Betão) só teve uma condenação, por porte ilegal de arma, e ele estava em livramento condicional”, afirmou José Roberto da Rosa. Outro processo em que ele foi acusado de participação em homicídio, é no caso do assassinato do empresário Antonio Ribeiro Filho e do geólogo húngaro Nicolau Ladislau Erwin Haralyi, ocorrido em 2004 em São Paulo. Rosa disse que no final do ano passado entrou com recurso no Judiciário de São Paulo e o julgamento ainda não havia sido marcado.

O ex-deputado federal, ex-senador e ex-governador de Mato Grosso Júlio Campos foi formalmente acusado de ser o mandante das mortes em São Paulo. O motivo seria a disputa por terra em Aripuanã (MT). Segundo o advogado José Roberto da Rosa, no processo o policial militar Nelson Barbosa de Oliveira e os policiais civis Ezaquiel Leite Furtado e Eduardo Minari Higa foram condenados pelo crime, mas estão soltos aguardando o resultado das apelações feitas pelos advogados deles.