Travessões intransitáveis isolam 30 famílias do Vacaria e 21 crianças estão sem aula há 15 dias

Pelo menos 30 das 48 famílias do Assentamento Vacaria estão enfrentando dificuldades porque há pelos menos três meses os travessões estão intransitáveis, dificultando o escoamento da produção diária, oscilante entre 3 e 6 mil litros de leite. Também está comprometida a travessia dos ônibus escolares que as crianças em idade escolar usam para ir a Escola Darci Ribeiro, no Capão Bonito, localizada a 15 quilômetros dali. Um grupo de 21 alunos está fora da sala de aula há 15 dias, desde o ultimo dia 10.

Quem enfrenta este problema é dona Aurélia de Brito, moradora no lote 40, mãe de duas crianças que estão ficando em casa porque o ônibus escolar não consegue transpor o atoleiro. A mesma angústia é enfrentada por Gilson da Silva, do lote 35. Sua filha, que faz a pré-escola, também está fora da sala de aula por conta da situação precária das estradas. 

Além da preocupação com o ano letivo dos filhos, a situação precária do travessão, coloca em risco uma das fontes de renda da família, a produção leiteira que por mês atinge 480 litros. O caminhão do laticínio Buriti, que passa três vezes por semana recolhendo a produção armazenada nos resfriadores do assentamento, pode deixar de buscar o leite comprado dos assentados. 

O dono do laticínio, José Luiz, diz que a se situação não for resolvida rapidamente, não terá como continuar a compra de leite de 31 famílias do assentamento. Como neste período a produção cai pela metade (de 6 para 3 mil litros por dia), acaba não compensando a aquisição, por causa do custo desta logística. Na região há pelo menos seis resfriadores onde o leite fica armazenado até o escoamento. Se este armazenamento dura muito tempo, há o risco de perda da qualidade do leite, acompanhada da redução do preço.

De acordo com o vereador Edno Ribas, que procurou a Secretaria de Infraestrutura para encaminhar a reivindicação dos assentados do Vacaria, por enquanto não há previsão de recuperar desses travessões.