Em 90 dias, 200 famílias terena vão ocupar 7,5 hectares e amenizar superpopulação da Tereré

Provavelmente em 90 dias, a comunidade indígena da Tererétomará posse de 7,5 hectares, que serão divididos em 200 lotes resolvendo em parte o problema da superpopulação existente na aldeia, onde há situações na qual uma mesma casa é dividida por várias famílias, a maioria filhos dos moradores de mais idade. A Tereré tem hoje uma população aproximada de 700 famílias em seus 10 hectares e terá seu território ampliado em mais de 70%.

“Os filhos foram crescendo, constituíram famílias e acabam se amontoando na mesma casa dos pais, para fugir do aluguel”, relata o cacique Juscelino Custódio Mamede. Ele próprio passa por esta situação. Na casa dele, com dois quartos e uma cozinha, mora ele, a esposa e os filhos, com as respectivas mulheres, noras do casal.

Quem também espera ansioso para receber o lote é Odineis da Silva Mendes, que mora com a esposa, quatro filhos e a irmã Andréia Firmino Mendes, que é casada. São oito pessoas dividindo uma casa pequena.

O casal Reneelves Gonçalves Batista e Paula Rafaela, pais de dois filhos, moram na casa de Irinei Batista (pai de Paula) de seis peças. Verusca Gonçalves mora em uma casa com mais três famílias.

Foto: Reginaldo Mello/Região News

Paula Rafaela, esposa de Reneelves Gonçalves Batista, mora com os filhos na casa de seu pai Irinei Batista.

A Imobiliária Corporal pediu três meses para promover a transferência da área para a associação que representa a aldeia urbana, além de promover a divisão em lotes de 200 metros quadrados, implantar ruas e com ajuda da Prefeitura, instalar rede de água e luz. 

A Corporal assumiu o empreendimento que a Imobiliária Ajurycaba pretendia implantar quando há quatro anos adquiriu a Chácara Califórnia que faz divisa com a Aldeia Tereré. A Prefeitura destinou inicialmente à expansão da aldeia 5 hectares que o município receberia para construção de equipamentos públicos (escolas, creches, praças).

Em novembro do ano passado, diante da morosidade no processo de transferência, famílias entraram em 10 hectares, construíram barracos. Com a ocupação o processo para aprovar o loteamento ficou parado. Só em janeiro, dois meses depois, foi feita a desocupação mediante o compromisso de que ao invés de 5 hectares, seriam cedidos 7,5 hectares.

Foto: Marcos Tomé/Região News

Famílias entraram em 10 hectares, construíram barracos, em novembro do ano passado.

Outras 81 famílias, constituídas de terenas desaldeadas e muitos que vieram de Aquidauana atraídos pela oportunidade de trabalho na Seara estão ocupando cinco hectares, vizinhos ao Bairro Petrópolis, comprados pelo município, onde está surgindo a Aldeia Nova Nascente.