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Sidrolandia

Assentados do Capão Bonito vão se reunir com a JBS após anúncio da desativação de 22 aviários

O encontro foi agendado para quarta-feira e caso se confirme o rompimento dos contratos do sistema de produção integrado, eles recorrerão à Justiça para cobrar seus direitos

Flávio Paes/Região News

29 de Agosto de 2016 - 16:19

Técnicos da JBS/Seara comunicaram a produtores do Assentamento Capão Bonito que a empresa vai romper o contrato de integração e com isto serão desativados 22 aviários da região, pouco mais de dois anos após terem investido entre R$ 60 e R$ 80 mil, recurso captado por financiamento ainda não pago, para se adequar as exigências e adequações da empresa.

A orientação é que a partir desta semana, quando começa a retirada dos lotes de frango já prontos para o abate, não façam a limpeza dos galpões e nem promovam novos investimentos. Em média cada aviário aloja entre 15 e 25 mil animais.

Segundo o presidente da Associação dos Avicultores, Aguinaldo Cáceres, reunidos no domingo os produtores decidiram que não vão autorizar a entrada dos técnicos do frigorífico para inspeção até que a empresa se reúna com eles para explicar a situação. O encontro foi agendado para quarta-feira e caso se confirme o rompimento dos contratos do sistema de produção integrado, eles recorrerão à Justiça para cobrar seus direitos. “Muita gente está devendo no banco, fez um empréstimo porque acreditou no negócio e agora não podem ficar no prejuízo, além de perder uma renda importante para manutenção das suas famílias”, explica.

De acordo com Aguinaldo desde que o controle acionário do frigorífico foi assumido pela JBS, a unidade da Seara vem adotando medidas para “sufocar” o produtor, o que levou muita gente a deixar atividade. Nos últimos anos 11 dos 33 aviários da região estão desativados porque os proprietários não tiveram condições de atender as exigências de investimento da empresa.

Aguinaldo está neste grupo, que inclui também Delvino Massada, que após vários anos alojando entre 14 mil e 13.500 frangos nos galpões da sua propriedade, desistiu da atividade, se concentrando apenas na criação de gado. “Não tive condições de investir R$ 80 mil para atender as exigências da empresa de mudança nos aviários”, explica.