Política
Militância de candidatos amplia guerra digital na reta final
A expectativa é que este ruído "virtual" termine com a abertura das urnas na noite de 2 de outubro, próximo domingo.
Flávio Paes/Região News
25 de Setembro de 2016 - 22:15
Numa campanha eleitoral com escassez de recursos financeiros, participação popular reduzida nas ruas, às redes sociais se transformaram no palco de uma autêntica guerra digital entre as torcidas organizadas das duas coligações que polarizam a disputa: a Unidos por Sidrolândia, que apoia a reeleição do prefeito Ari Basso e a da Renova Sidrolândia, do vice-prefeito, Marcelo Ascoli. Nem sempre a "artilharia" se dá em termos civilizados. Muitas vezes o confronto entra para o campo da ofensa pessoal.
Os internautas que apoiam a candidatura do vice-prefeito, o pessoal do 17 tenta descrevê-lo, como o candidato do povo, oriundo das classes sociais de menor poder aquisitivo, em confronto com a elite rica do PSDB, como se no palanque tucano, do 45, só houvesse grandes produtores e milionários. Esquecem que o vice-prefeito Marcelo Ascoli foi eleito vice na chapa do prefeito Ari Basso, exerceu o comando do Executivo por alguns dias e sua esposa, Ana Lídia, foi secretária de Saúde por quase 9 meses.
A dinâmica das posições políticas (em que o aliado de hoje, amanhã se torna adversário e vice-versa) tem sido usada como munição para animar as duas classes organizadas. O pessoal do 17 vez ou outra resgata matérias publicadas no Região News, trechos de pronunciamentos proferidos na Câmara por vereadores, para expor contradições de posicionamento. Já postaram discursos e entrevista do presidente da Câmara, David Olindo, que em 2013 e 2014, fez oposição ao Governo e hoje, apoia a reeleição do prefeito Ari Basso. As manifestações dos vereadores Edno Ribas e Waldemar Acosta, criticando mudanças no transporte universitário também foram ressuscitadas.
O dr. Marcelo, como é chamado pelos aliados, também teve suas contradições expostas, inclusive no horário eleitoral. Os eleitores são lembrados de que há bem pouco tempo o vice-prefeito, que hoje se apresenta como oposicionista, tinha opinião bem diferente sobre o desempenho do prefeito: reconhecia as dificuldades herdadas da gestão anterior, a necessidade de adotar medidas de ajuste e mesmo com todas as dificuldades, conseguiu importantes avanços.
A galera do 17, ficou furiosa no final da semana passada, com a lembrança de que o vice-prefeito tem no seu palanque o PT e o PMDB, partidos com várias lideranças regionais e nacionais, envolvidas em escândalos de corrupção nacional (a Lava-Jato) e regional (a Lama Asfáltica). Desde o início da campanha reclamou dos buracos na cidade, mas curiosamente, o candidato foi à Justiça tentar interromper o serviço de recapeamento asfáltico que o Governo do Estado iniciou no mês passado.
O fato de Ascoli de não há muito tempo não atender no hospital Elviria Silvério Barbosa e nos últimos anos ter optado pelo salário de vice, se afastado de um posto do saúde do Bairro São Bento, onde é lotado como médico concursado, também provocou discussão apaixonadas. Diante do fato inegável (o do seu afastamento), a "torcida 17", tenta sair pela tangente, invocando o testemunho de mães e pais que tentam mostrar Marcelo como um profissional caridoso e filantropo.
No lado tucano, foram i divulgados a exaustão depoimentos não só de apoio apoio ao prefeito Ari Basso, mas mostrando também sua trajetória pessoal desde que chegou aqui há mais de 40 aos, seu jeito, reconhecido até pelos adversários, simples e despojado, embora seja um dos maiores agrícolas do Estado. A expectativa é que este ruído "virtual" termine com a abertura das urnas na noite de 2 de outubro, próximo domingo. Afinal, todos (independente do candidato que vencer), vão continuar convivendo na mesma cidade.