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Policial

PF investiga se dono de casa noturna recebeu dinheiro de corrupção

Conforme denúncia, Thiago se hospedou em hotel, assim como Rovério, a fim de receber o dinheiro no local e horário programado.

Correio do Estado

26 de Setembro de 2016 - 16:12

Polícia Federal de Campo Grande cumpriu, na manhã de hoje, mandado de condução coercitiva, durante 35ª fase da Lava Jato, deflagrada nesta segunda-feira. Thiago Nunes Cance, dono da casa noturna Move Club e da antiga Wood´s, foi levado para prestar depoimento durante Operação Omertà.

Na Capital, outro mandado expedido foi de busca e apreensão. Objetivo da nova fase da lava Jato é investigar se o empresário recebeu dinheiro ilícito, já que, Thiago é filho do ex-diretor da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A (Sanasa), Aurélio Cance Junior, envolvido em esquema de corrupção com o nome da Sanasa.

De acordo com denúncia do Ministério Público federal (MPF), a condução coercitiva é útil e necessária principalmente para ouvir o investigado sobre os fatos e evitar que articule com os demais envolvidos nos fatos.

Em análise nos documentos recuperados no computador de Maria Lucia Tavares, secretária do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, a Polícia Federal conseguiu localizar e recuperar alguns arquivo referentes a planilhas de controle e programação de entregas de recursos de origem ilícita.

Ainda em continuidade à análise dos documentos recuperados no computador da secretária, foram identificadas entregas de recursos ilícitos pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht para Thiago Cance e Rovério Pasotto, tendo ambas as entregas de dinheiro ilícito sido programadas, ao que tudo indica, em sequência ou de forma conjunta.

Conforme denúncia, Thiago se hospedou em hotel, assim como Rovério, a fim de receber o dinheiro no local e horário programado. Com relação a Thiago, a Polícia Federal verificou que no endereço da entrega destinada ao filho do servidor da Sanasa, foi confirmada a existência de três hospedagens no ano de 2010, sendo que, em duas das três vezes, Thiago deixou o hotel na mesma data que deu entrada, o que reforça a convicção de que a estadia no hotel tenha sido concretizada unicamente para receber os recursos ilícitos a ele destinados, de acordo com o MPF.

Em outros casos de corrupção e lavagem de dinheiro, a realização de encontros e reuniões em hotéis é prática comum entre os envolvidos, utilizando o local como forma de inviabilizar a descoberta das tratativas e da entrega de recursos em espécie.