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Sidrolandia

Sidrolândia registra o quarto suicídio neste ano de vítimas com depressão

Este é o quarto registro de suicídio em Sidrolândia de vítimas com problemas depressivos.

Flávio Paes/Região News

30 de Setembro de 2016 - 09:15

Está sendo velado na Pax Bom Jesus, o corpo de Ieda Aparecida Santarosa, 58 anos, que no início da noite ontem, por volta da 18h45, cometeu suicídio se pendurando com uma corda no pescoço na varanda dos fundos da residência, no Condomínio Água Azul “Cifre de Ouro” no Pé de Cedro. Segundo o marido da vítima, Luiz Antônio Santarosa, há 15 anos ela tomava medicamento para controle de depressão e sofria com transtorno bipolar.

Uma guarnição da Polícia Militar permaneceu no local por mais de três horas até a chegada dos peritos da Polícia Civil (que vieram de Campo Grande) para liberar o corpo. Este é o quarto registro de suicídio em Sidrolândia de vítimas com problemas depressivos. Como não é uma questão local, ganhou dimensão de problema de saúde pública, o que motivou a realização de uma campanha educativa neste mês de âmbito nacional.

Conforme o marido da vítima, ele saiu para o trabalho por voltas das 5 horas da manhã e quando voltou pouco antes das 19 horas, ao entrar em casa se deparou com a esposa já sem vida, pendurada na varanda dos fundos com uma corda no pescoço.

No dia 22 de janeiro o médico Francis Giovani Celestino Linkedin, se matou com um tiro na cabeça. O corpo dele foi localizado por funcionários da Mineradora Negri, na região da Fazenda Piana, entre Sidrolândia e Campo Grande.

Os funcionários perceberam uma BMW parada na entrada da pedreira e constataram dentro do veículo o corpo do médico, com o ferimento à bala na cabeça e a arma ao lado. Francis era concursado da Prefeitura de Campo Grande, mas já trabalhou na Unidade Básica de Saúde do Bairro Jandaia e deu plantão no Hospital Elmiria Silvério Barbosa, em Sidrolândia.

No dia 27 de fevereiro, Carlos Roelles Patrício, 22 anos, foi encontrado morto na casa dele na Vila Carinhosa, com uma corda no pescoço. Nove dias antes, dia 18, uma tragédia semelhante aconteceu: o cadeirante Walter Vieira, se matou amarrando um fio na janela e se jogando da cadeira. 

A campanha

Em todo o País, foi realizada, neste mês, a campanha Setembro Amarelo. A ação acontece em todo o País e já ganhou a adesão de várias cidades. Inúmeros monumentos ganharam iluminação amarela para chamar a atenção da população para o tema e sua prevenção.

Foto: Divulgação

Conforme informa a Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% dos suicídios poderiam ser evitados. No Brasil, órgãos e entidades públicas engajam-se em divulgar as formas de prevenção.

O suicídio está ligado a uma profunda depressão emocional, e a qualidade do ambiente de trabalho pode mesmo ser um fator desencadeador de muitas doenças, esclarece Fátima Fleury, assistente social da Divisão de Promoção à Saúde (DIPS) do Ministério da Justiça e Cidadania.

“A pessoa tem que apresentar vários sintomas para que a depressão seja uma doença, e o estresse provocado por situações no trabalho é um deles”, diz Fátima.

Além de situações estressantes, fatores como alcoolismo, ansiedade e síndrome do pânico podem ser determinantes para um quadro depressivo. A prevenção se dá pelo aconselhamento profissional, um dos primeiros passos para o tratamento da depressão e, consequentemente, para se evitar o suicídio.