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Economia

Mercado estima menos inflação e piora no desempenho da economia

Estimativa para IPCA em 2016 caiu de 7,01% para 6,89%, informou o BC. Para PIB, além de queda maior em 2016, previsão é de alta menor em 2017.

G1

24 de Outubro de 2016 - 08:18

Os economistas do mercado financeiro preveem um cenário de menos inflação neste ano e em 2017, mas estimam uma queda maior do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016 e um crescimento menor no próximo ano.

As expectativas foram coletadas pelo Banco Central na semana passada e divulgadas nesta segunda-feira (24), por meio do relatório de mercado, também conhecido como Focus. Mais de 100 instituições financeiras foram ouvidas.

A estimativa do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano recuou de 7,01% para 6,89% na semana passada. Foi a sexta queda seguida do indicador. Mesmo assim, permanece acima do teto de 6,5% do sistema de metas e bem distante do objetivo central de 4,5% fixado para 2016.

Para 2017, a estimativa do mercado financeiro para a inflação recuou de 5,04% para 5%. Foi o terceiro recuo consecutivo do índice, informou o BC. Deste modo, permanece abaixo do teto de 6% – fixado para 2017 – mas ainda longe do objetivo central de 4,5% para o IPCA no período.

Recentemente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA - a inflação oficial do país - somou 0,08% em setembro, o menor para este mês desde 1998. Já em 12 meses, a IPCA ficou em 8,48%.

O BC tem informado que buscará "circunscrever" o IPCA aos limites estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 2016 (ou seja, trazer a taxa para até 6,5%), e também fazer convergir a inflação para a meta central de 4,5%, em 2017.

Produto Interno Bruto
Para o PIB de 2016, a previsão do mercado financeiro passou de um encolhimento de 3,19%, na semana retrasada, para um "tombo" maior, de 3,22% na última semana.

Essa será a primeira vez que o país registra dois anos seguidos de queda no nível de atividade da economia – a série histórica oficial, do IBGE, tem início em 1948. No ano passado, o recuo foi de 3,8%, o maior em 25 anos.

Para o comportamento do Produto Interno Bruto em 2017, os economistas das instituições financeiras baixaram sua previsão de alta de 1,30% para 1,23%, informou o BC.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira.

Taxa de juros
O mercado financeiro manteve, na última semana, a previsão para a taxa de juros no fim de 2016 em 13,50% ao ano. Atualmente, os juros estão em 14% ao ano. Com isso, a estimativa do mercado é de corte nos juros até o fim de 2016.

Já para o fechamento de 2017, a estimativa para a taxa de juros ficou estável em 11% ao ano - o que pressupõe continuidade da queda dos juros no ano que vem.

A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias. Pelo sistema de metas de inflação brasileiro, a instituição tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados.

As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o controle dos preços. Quando julga que a inflação está compatível com as metas preestabelecidas, o BC pode baixar os juros.

Câmbio, balança e investimentos
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2016 caiu de R$ 3,25 para R$ 3,20. Para o fechamento de 2017, a previsão dos economistas para o dólar permaneceu em R$ 3,40.

A projeção para a balança comercial em 2016 caiu de um superávit (exportações maiores que importações) de US$ 49 bilhões para US$ 48 bilhões. Para o próximo ano, a previsão de superávit permaneceu em US$ 45 bilhões.

Para 2016, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil ficou inalterada em US$ 65 bilhões e, para 2017, a estimativa dos analistas subiu de US$ 65,45 bilhões para US$ 68 bilhões.