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Sidrolandia

Após massacre, 17 presos devem ser transferidos do Compaj em Manaus

No primeiro dia do ano, 56 detentos foram assassinados em um massacre. Ao todo, 184 presos conseguiram fugir de cadeias na capital.

G1

11 de Janeiro de 2017 - 13:00

Dezessete presos do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, devem ser transferidos para presídios federais, segundo a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap). No primeiro dia do ano, 56 detentos foram assassinados em um massacre.

A Rede Amazônica registrou o momento em que diversos carros de polícia e da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária passaram pela barreira na BR-174 (Manaus/Boa Vista), principal acesso à unidade prisional.

A rebelião que aconteceu no Compaj durou mais de 17 horas e foi considerado pelo secretário como "o maior massacre do sistema prisional" do Estado. Foram 56 presos mortos no 1º deste ano. Na tarde de segunda (2), outros quatro presos morreram na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), na Zona Leste de Manaus. Uma semana depois, um novo motim matou mais quatro presos na Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa.

Ao todo, 184 presos conseguiram fugir de cadeias na capital, 73 foram localizados, segundo o último balanço divulgado na terça-feira (10).

Até o dia 3, a polícia do Amazonas havia apontado sete presos como líderes do massacre. Documentos o Ministério Público Federal (MPF) dizem que estes líderes têm estreita relação com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, as Farc.

Segundo o MPF, os traficantes brasileiros teriam comprado pistolas, fuzis e submetralhadoras do mesmo fornecedor de armas do grupo de guerrilha colombiano.Diversos relatórios elaborados antes da rebelião já apontavam risco iminente no presídio de Manaus. Um texto do setor de inteligência da Secretaria de Segurança alertava para um plano de fuga no regime fechado do Compaj. Além disso, apontava que oito armas de fogo tinham entrado no presídio na semana anterior ao Natal por meio de visitantes e com o ajuda de agentes.

Documentos emitidos pela administradora do presídio, a Umanizzare, alertava para o risco de se permitir visitas no fum do ano aos presos. O governo estadual havia permitido que cada um dos mais de 1,2 mil presos pudessem receber ao menos um acompanhante no Natal e no Ano Novo. No dia 27 de dezembro, quatro dias antes da rebelião, a empresa ainda pediu providências imediatas porque, no dia 24, com autorização da secretaria do governo, os horários de visitas não foram respeitados, o que prejudicou a revista de celas e a contagem de presos.

O secretário justificou a autorização, dizendo que se tratava de 'humanização'.