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Sidrolandia

Proposta de privacidade da UE pode reduzir receitas de Facebook e Google

Bloco europeu discute revisão da lei de privacidade eletrônica.

G1

11 de Janeiro de 2017 - 15:05

Os serviços de mensagens online como WhatsApp (Facebook), iMessage (Apple) e Gmail (Google) enfrentarão regras duras para continuar a monitorar usuários se uma proposta apresentada pelo executivo da União Europeia nesta terça-feira (10) for aprovada. As empresas poderão impactar as receitas de publicidade dessas empresas.

Empresas da web terão de garantir a confidencialidade das conversas de seus clientes e obter seu consentimento antes de segui-los online para oferecer anúncios personalizados. Por exemplo, serviços de e-mail como Gmail e Outlook não poderão digitalizar mensagens dos clientes para veicular anúncios segmentados sem obter o acordo explícito deles.

Como a maioria dos serviços online gratuitos depende da publicidade para se financiar, a proposta desta terça tem o poder de alterar o plano de negócios deles na Europa.

A proposta da Comissão Europeia expande regras aplicáveis atualmente somente às operadores de telecomunicações para gigantes da web que oferecem chamadas e mensagens através da internet, como Facebook, Google e Microsoft.

Isso permitiria que empresas de telecomunicações usem metadados de clientes -- como duração e localização das chamadas -- para fornecer serviços adicionais e lucrar com eles, algo que estão impedidos sob as regras atuais.

A revisão da chamada lei de privacidade eletrônica também exigirá que navegadores da web perguntem aos usuários se desejam permitir que os sites coloquem cookies em seus navegadores. Uma versão vazada anterior do texto trazia a exigência que os navegadores a definir as configurações padrão como não permitindo cookies.

"Cabe ao nosso povo dizer sim ou não", disse Andrus Ansip, vice-presidente da Comissão para o mercado único digital.

Os cookies são instalados nos navegadores computadores dos internautas e contêm bits de informação sobre o usuário, tais como os outros sites que visitaram ou onde estão. Eles são amplamente usados para fornecer anúncios segmentados para os usuários.

Os anunciantes online advertiram que regras excessivamente rígidas minariam a capacidade de muitos sites de se financiar e continuar oferecendo serviços gratuitos. Eles dizem que os dados que usam não podem identificar o usuário e, portanto, é de baixo risco, tornando o pedido de consentimento oneroso.

"Isso afetará particularmente as empresas que ... acham mais difícil falar diretamente com os usuários finais e o que quero dizer com isso são as empresas de tecnologia que operam em segundo plano e facilitam a compra e venda de publicidade ao invés daquelas com as quais o usuário diretamente se envolve", disse Yves Schwarzbart, diretor de assuntos políticos e regulatórios do Internet Advertising Bureau (IAB).

A publicidade online gera 10 bilhões de libras de receita para editores e criadores de conteúdo apenas no Reino Unido, segundo o IAB.

As companhias que infringirem a lei nova enfrentarão multas de até 4 por cento do volume de negócios global, segundo uma lei separada da proteção de dados que entrará em vigor em 2018. A proposta deve ser aprovada pelo Parlamento Europeu e pelos Estados-Membros antes de virar lei.