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Esporte

Inter carrega peso de 2016 e se fecha para superar vaias no início do ano

Zago diz que "quem não quiser ser vaiado tem que jogar tênis" e tenta acostumar elenco ao contexto de pressão. E garante que vai seguir escalando os alvos da torcida

Globo Esporte

05 de Fevereiro de 2017 - 18:42

O fator local geralmente é uma das vantagens de ser mandante no futebol. Jogar em casa é sinônimo de conhecer o palco e ter o apoio da torcida. Mas, para o Inter, em algumas ocasiões isso tem sido um peso a mais, por conta das dificuldades da temporada passada, que culminou com o rebaixamento à Série B. O técnico Antônio Carlos Zago procura fazer os jogadores se acostumarem com as cobranças e apupos da torcida, mas também recomenda aos que não quiserem ser vaiados para que procurem outro esporte. 

Alguns nomes são alvos dos colorados de maneira especial. É o caso de Paulão e Fernando Bob nas últimas partidas. O zagueiro foi vaiado na vitória sobre o Brasil de Pelotas, pela Primeira Liga. E o volante ouviu apupos na derrota para o Novo Hamburgo, neste sábado – além deles, o time todo também ouviu reclamações após o apito final. Zago, entretanto, não irá se furtar de escalá-los quando achar que deve.

– São jogadores que fazem parte do elenco. São jogadores que estão no dia a dia. Todos estão tendo oportunidade. É um início de trabalho, sei que o torcedor está machucado com o que aconteceu ano passado, impaciente como nós vimos também em relação a alguns jogadores. Mas são jogadores do Inter. Quando entram em campo, procuram fazer tudo certo. Às vezes erram, não estão em um dia bom, erram além da conta, mas são jogadores do Inter – destacou o técnico.

O trabalho diário do treinador e também da diretoria é fazer com que os jogadores não se sintam acuados com este cenário. Até porque o ano é atípico, com a primeira Série B da história – e a última, esperam os colorados. As cobranças ocorrerão. Até por isso, a intenção é acostumar o elenco com a pressão para evitar que os jogadores acabem por sucumbir. As conversas no início de ano foram para tentar minimizar esta situação.

– Não sei se já disse, quem não quiser ser vaiado tem que jogar tênis. Lá vai ter aplausos. Futebol é cobrança, pressão da imprensa, da diretoria, ainda mais neste ano no Inter. Ninguém pode esconder o momento difícil. Mas temos que nos acostumar com toda essa cobrança e pressão, trabalhamos em um dos maiores clubes do futebol brasileiro e mundial. É normal. Isso foi passado para eles. Temos que esquecer o que ocorreu ano passado, mas saber que vai existir a cobrança e a pressão – completou o treinador.

O vice de futebol Roberto Melo também mantém uma preocupação com a parte psicológica do elenco, justamente por a grande maioria ter participado da campanha da queda no Brasileirão. A atitude do segundo tempo contra o Novo Hamburgo foi um alento para a diretoria, que vê ali um exemplo para o restante do campeonato.

– A gente carrega um peso e eles têm que reagir. Tem que ter essa força que se viu no segundo tempo. É essa atitude que queremos desde o primeiro minuto – diz Melo.

O Inter volta a jogar na quarta-feira, contra o Fluminense, pela Primeira Liga. No Gauchão, enfrentará o Caxias, no próximo sábado, no Centenário, às 21h. Com boas atuações, Charles e Junio se credenciam a desbancar Fernando Bob e Ceará, respectivamente, e se tornarem titulares.