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Sidrolandia

TSE ouve em SP mais testemunhas no caso que investiga chapa Dilma-Temer

Quatro testemunhas ligadas às gráficas são ouvidas nesta segunda-feira (20).

G1

20 de Fevereiro de 2017 - 13:47

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ouve nesta segunda-feira (20) , em São Paulo, quatro testemunhas ligadas às gráficas que teriam prestado serviços à campanha de 2014 da chapa Dilma-Temer à presidência da República.

Os principais alvos da ação do TSE são a Rede Seg Gráfica, VTPB Serviços Gráficos e a Focal Confecção e Comunicação.

Os depoimentos de Rodrigo Zanardo, Rogério Zanardo, Carlos Cortegoso e Jonathan Gomes Bastos começaram a ser colhidos às 10h, na sede da Justiça Eleitoral, no Centro de São Paulo. Eles chegaram ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo por volta das 9h30.

Antes da audiência, os advogados de Dilma e Temer comentaram os depoimentos de hoje.

Os depoimentos de Rodrigo Zanardo e Rogério Zanardo levaram duas horas e meia. Na saída, a advogada das duas testemunhas, Cassia Resende, disse que os clientes esclareceram o que foi pedido a eles. De acordo com a advogada, eles não são proprietários da Rede Seg Gráfica. "Eles fizeram algumas parcerias comerciais no mais tudo está esclarecido no processo", disse ela.

O advogado de defesa de Dilma, Flavio Caetano, disse que esses depoimentos foram pedidos pelo PSDB e também pela defesa da ex-presidente.

"Foi pedido conjunto do psdb e da defesa Dilma para que fossem ouvidas pessoas que gerenciavam os serviços gráficos das três gráficas periciadas . Eles vão explicar como funcionava o fornecimento dos serviços gráficos para a campanha. A prova pericial já foi feita e já demonstrou que serviços foram feitos. Com isso hoje não restará dívidas ", diz ele.

“A tese da defesa é que campanha foi regular, sem máculas nas receitas ou despesas", completou.

O advogado de Michel Temer, Gustavo Bonini Guedes voltou a afirmar que o cliente desconhece as gráficas e não tem ligação com as contratações.

Segundo Guedes, os depoimentos que serão colhidos nesta segunda correm paralelamente ao mérito da investigação. “Essas testemunhas devem esclarecer situação fiscal das gráficas, quem eram verdadeiros proprietários. Isso vai subsidiar outras investigações no âmbito tributário, por que as gráficas tinham uma composição societária no papel e outros proprietários de fato. Isso está descolado do processo.”, diz ele.

No fim de dezembro do ano passado, a PF cumpriu diligências em 20 endereços ligados às gráficas nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina, com o objetivo de obter possíveis provas.

Relatório da Polícia Federal enviado ao TSE informa que foram encontradas irregularidades em pagamentos realizados pela chapa Dilma-Temer a três gráficas na campanha eleitoral de 2014. A polícia afirma que há elementos que permitem concluir que parte dos valores oficialmente apresentados como pagamentos às gráficas "não foi, de fato, direcionada a essa atividade".

Segundo a PF, parte do dinheiro, declarado como verba de campanha, foi desviado para pessoas físicas e jurídicas "em benefício próprio ou de terceiros".

Ação

A ação sobre a chapa Dilma-Temer foi protocolada pelo PSDB logo após a eleição de 2014. O partido diz ter havido abuso de poder político e econômico na disputa. A principal acusação é de que a campanha foi abastecida com dinheiro de propina desviado da Petrobras, suspeita negada pelas defesas de Dilma e Temer.

Na ação, o PSDB pede que, caso a chapa seja cassada. Não há data para a ação ser julgada. O relator do caso, o ministro Herman Benjamin será o primeiro a votar, entre os 7 ministros do TSE. Para a condenação, são necessários ao menos 4 votos favoráveis.