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Esporte

Berrío atropela rivais argentinos e ameaça vaga de hermano no ataque

Atual campeão da Libertadores com Atlético Nacional, colombiano contratado por R$ 11 mi justifica investimento na goleada contra o San Lorenzo com explosão e força

Globo Esporte

09 de Março de 2017 - 09:21

Um lance no segundo tempo da goleada de 4 a 0 do Flamengo sobre o San Lorenzo na noite desta quarta-feira no Maracanã explica bem a principal virtude de Berrío. Lançamento longo e o lateral Lautaro Montoya, a todo custo, tentava evitar que o colombiano o ultrapassasse. Foi em vão. O atual campeão da Libertadores - venceu o título pelo Nacional de Medellín ano passado - atropela e o árbitro, talvez por não entender a facilidade com que o argentino perdeu a frente para o colombiano, vê irregularidade no lance e erra ao marcar falta do rubro-negro.

O jogador entrou aos 30 minutos do primeiro tempo, quando Mancuello não aguentou continuar na partida - após levar pancada na cabeça. Em poucos minutos em campo fez três jogadas combinadas com Pará. Diferentemente do meia argentino, que está se adaptando à função de ponta direita, Berrío é um especialista da posição. Quando o Flamengo recuperava a bola, o colombiano já se virava de lado pronto para arrancar. Era espécie de bola de segurança.

- É fundamental ter variações, principalmente num campeonato como a Libertadores, com as equipes tão estudadas. Isso gera cada vez mais dificuldade ao adversário. O Mancuello acaba caindo mais para dentro. É um jogador de bom passe, tem bom chute, é inteligente. Berrío tem muita velocidade, faz com que a gente mude a maneira de jogar e explore a velocidade dele, com passe mais longo, mais profundo. O desafio é esse, explorar qualidade dos jogadores, Temos feito isso de forma natural - disse o camisa 10, Diego.

Orlando Berrío, de 1,84m e 83 kg, chega a atingir 36 km/h em disparadas durante a partida. Se não é primor de técnica - e mostra isso com finalizações e cruzamentos nem tão precisos -, o jogador que custou R$ 11 milhões aos cofres do Flamengo compensa as limitações como válvula de escape que deve ser ainda mais importante em jogos fora de casa na Libertadores da América.

Apesar de todo cuidado no discurso, Zé Ricardo dificilmente vai deixar o colombiano no banco de reservas. Contra a Universidad Católica, ele tem a opção de começar com o colombiano ou deixá-lo como arma para pegar um time mais cansado. Conta a favor de Berrío a força para disputar as jogadas. As pernas longas, o corpo esguio e a alta velocidade permitem que ele proteja ou escore a jogada no corpo ou aposte corrida com o marcador pela direita. Na noite de quarta-feira, ainda ajudou em dois lances específicos. Esticou a perna para consertar o passe errado de Diego, que terminou no gol de Trauco, e também desviou pelo alto o cruzamento para o gol de Romulo.

- Nosso elenco tem praticamente todos atletas com condição de vestir a camisa titular. Berrío é peça muito produtiva, muito valiosa para o clube. Tínhamos estratégia no decorrer do jogo de utilizá-lo para ir atrás do lateral-esquerdo. A estratégia foi antecipada e ele mostrou que pode ser útil na temporada. Se vai ser titular, vai ser de jogo para jogo. Importante que está se sentindo cada vez mais à vontade, com clube, com a língua, totalmente adaptado com o grupo já. Questão de tempo que melhore rendimento - afirmou Zé Ricardo.