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Economia

Veja 11 motivos para não deixar o IR 2017 para a última hora

Imprevistos ou congestionamentos levam a perder prazo e pagar multa. Fazendo a declaração com antecedência, chances de erros tendem a ser menores.

G1

17 de Março de 2017 - 08:15

Neste ano, o prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda 2017 termina em 28 de abril, portanto, são dois dias a menos, pois normalmente acaba no dia 30, ou seja, os contribuintes devem ter isso em mente para não deixar para a última hora. Fazer a declaração com antecedência e sem pressa diminui as chances de erros de preenchimento e, consequentemente, o risco de cair na malha fina.

Pequenos deslizes, incorreções e omissões não-intencionais na declaração do IR podem ser suficientes para reter o contribuinte na fila de espera por uma análise mais apurada. Por outro lado, declarar com antecedência pode render alguns benefícios e evitar imprevistos.

“Desta forma, o contribuinte poderá revisar a declaração, observar se todos os documentos lançados estão corretos, analisar se faltou alguma informação ou mesmo algum informe para ser lançado e fazer comparações importantes como qual modelo optar, se o completo ou o simplificado, se declara em conjunto ou separado, enfim, há inúmeras razões para não deixar a entrega para a última hora”, diz Sandro Rodrigues, contabilista da Attend Assessoria, Consultoria e Auditoria S/S.

Segundo ele, o Fisco tem um "verdadeiro arsenal" de informações e dados que recebe das mais diversas fontes, justamente para confrontar e validar as informações repassadas pelos contribuintes.

Veja abaixo alguns dos principais motivos para não deixar a declaração do IR para a última hora:

Rede congestionada

Como boa parte dos contribuintes deixa para entregar a declaração nos últimos dias, o sistema da Receita Federal pode ficar sobrecarregado e com lentidão, devido ao grande número de acessos, o que impede a transmissão no prazo ou faz com que as pessoas gastem mais tempo para realizá-la. Além disso, se acontecer qualquer problema com o computador ou com a internet, o contribuinte terá pouco tempo para resolvê-lo.

Erros

A pressa pode aumentar o risco de cometer erros na declaração. Entre as falhas mais comuns estão colocar como dedução algo indevido ou com valor errado, rendimentos tributáveis em campos de não tributáveis ou ainda deixar em branco algumas informações.

Esquecimento

Quem deixa para a última hora pode esquecer os gastos que poderiam ser abatidos e, quando se lembrar, não terá tempo de ir atrás dos comprovantes, como tratamentos feitos com psicólogos, dentistas ou fisioterapeutas, além de despesas que o locador tiver com corretagem e administração de imóveis ou, ainda, com consultas e internações médicas e reforma do imóvel.

Falta de ajuda

Em caso de precisar da ajuda de um profissional da área de contabilidade, o contribuinte corre o risco de não encontrar horário para ser atendido. Além disso, pode não ter tempo suficiente para checar informações no site da Receita Federal.

Documentos

A falta de alguns documentos necessários para a declaração só é percebida no momento do preenchimento e, se estiver a poucos dias do prazo final, não haverá tempo para obtê-los ou de localizar informações complementares. Contrato ou escrituras de compra e venda de imóveis ou automóveis, notas fiscais de escolas, centros médicos ou de outros serviços de profissionais liberais podem demorar dias.

Rodrigues destaca ainda informes de rendimentos de empresas e instituições financeiras; comprovantes de pagamentos ou recebimentos de pensões alimentícias judiciais ou por escritura pública; comprovantes das contribuições previdenciárias oficiais pagas; comprovantes relativos à previdência complementar e de contratos de empréstimos, tanto como devedor ou credor, ou de doações efetuadas ou recebidas.

Malha fina

A pressa pode levar o contribuinte a cometer erros, o que pode levá-lo a cair na malha fina. Se informou alguma coisa errada, não terá tempo de corrigir os dados e enviar a declaração retificadora dentro do prazo. É que muitas vezes o contribuinte só se dá conta de que informou dados incorretos depois de ter enviado a declaração.

"A entrega da declaração o quanto antes é importante pois haverá possibilidade de evitar informações incorretas ou imprecisas e, assim sendo, dificilmente o contribuinte terá sua declaração retida na malha fina", afirma Rodrigues.

Além disso, de acordo com a Serasa, quem entrega primeiro sua declaração recebe o retorno antes sobre eventuais erros.

Modelo de declaração

De acordo com Rodrigues, outro fato relevante é com relação à retificação da declaração. Se for feita antes do prazo de 28 de abril, o modelo de declaração poderá ser mudado de completa para simplificada ou vice-versa. No entanto, após o prazo, a declaração poderá ser retificada, entretanto, o modelo terá de permanecer o mesmo.

Multa

Ao deixar para a última hora, o contribuinte pode perder o prazo e terá de pagar multa, pois com o prazo contado, ele fica sujeito a imprevistos tanto ligados à declaração quanto relativos à vida pessoal e profissional. A multa mínima é de R$ 165,74, apenas para quem estava obrigado a declarar, mesmo sem imposto a pagar, e fizer a entrega fora do prazo.

Além disso, há a multa de 1% ao mês sobre o valor do imposto devido na declaração, limitada a 20%. “Sem falar que, havendo imposto a pagar, as parcelas serão pagas com multa e juros. Realmente será muito oneroso ao contribuinte”, diz Rodrigues.

Checagem

Rodrigues afirma que é importante haver tempo hábil para conferir as informações prestadas na declaração e digitá-las com atenção. Ele destaca que não se pode esquecer de lançar valores de outras fontes de rendimentos, ou seja, de todas as empresas em que trabalhou, mesmo que tenha sido por pouco tempo durante o ano-base de 2016.

Os autônomos deverão recolher o carnê-leão quando for o caso e, naturalmente lançar os valores recebidos. É preciso ainda ter cuidado com valores imprecisos, incorretos, informações desencontradas, portanto, deve-se ter em mãos as notas e recibos de gastos dedutíveis.

O contabilista ressalta ainda a necessidade de lançar eventuais ganhos de capital, como na venda de imóveis e outros bens e direitos, além das rendas variáveis, como ações.

“É importante ainda observar se os pagamentos com pensão alimentícia estão de acordo com a decisão judicial ou escritura pública e se a renda tributada ou não está em conformidade com a movimentação financeira”, salienta.

Restituição

Quem entrega na última hora provavelmente recebe a restituição apenas nos últimos lotes. A Receita analisa as declarações por ordem de chegada, por isso, a fila para receber o dinheiro estará grande quando as últimas declarações chegarem.

Há contribuintes, no entanto, que preferem ser os últimos, pois o dinheiro da restituição é corrigido com base na taxa de juros Selic, que atualmente é de 12,25%. Os lotes de restituição são entregues normalmente entre junho e dezembro, próximo ao dia 15 de cada mês.

Por outro lado, de acordo com a Serasa, entregar cedo não é garantia total que irá receber antes, pois isso depende da análise feita pela Receita, mas com certeza agilizará a restituição.

Organização das finanças pessoais

De acordo com a Serasa, entregar a declaração no início do prazo ajuda no planejamento financeiro, pois prevê os gastos com o imposto com uma certa antecedência.