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Sidrolandia

"Ele não precisa ser caçado", diz advogado do goleiro Bruno após reunião com juiz

Advogado e diretor do Boa Esporte estiveram no fórum em Varginha no início da tarde; mandado de prisão ainda não foi expedido e atleta continua em liberdade.

G1

26 de Abril de 2017 - 14:43

O advogado do goleiro Bruno Fernandes, Lúcio Adolfo, disse na tarde desta quarta-feira (26) que o atleta não precisará ser caçado pela polícia. Ainda conforme o advogado, assim que o mandado de prisão for expedido, o goleiro irá se apresentar espontaneamente à Justiça. Isso poderá acontecer até a manhã desta quinta-feira (27).

Lúcio Adolfo e o diretor do Boa Esporte, Rildo Moraes, estiveram por volta de 14h na 1ª Vara Criminal, onde se encontraram com o juiz Oilson Hoffman. O goleiro Bruno não foi até o local. Ainda conforme o advogado, o goleiro Bruno tem interesse em permanecer em Varginha e no Boa Esporte e isso será acertado com a diretoria do clube. Pelo contrato assinado entre as partes, o vínculo estaria encerrado caso Bruno voltasse para a prisão.

Segundo o juiz Oilson Hoffman, da 1ª Vara Criminal, a polícia será acionada para prender o jogador assim que o mandado for expedido.

"Tão logo nós tenhamos o registro, o mandado de prisão do senhor Bruno Fernandes, imediatamente nós chamaremos as polícias civil e militar, para o devido cumprimento, apresentção ao médico-legista e em seguida ao presídio de Varginha", disse Hoffman.

Conforme informações apuradas pelo G1, a unidade prisional de Varginha tem capacidade para 90 detentos, mas hoje abriga 270.

Bruno se apresentou à Polícia Civil na tarde desta terça-feira (25), mas foi liberado pelo delegado regional de Varginha, Roberto Alves Barbosa Júnior, pois o mandado de prisão ainda não havia sido expedido. O goleiro assinou uma certidão se comprometendo a se apresentar à Justiça.

Bruno foi preso em 2010 e condenado em 2013 pela morte da ex-namorada Eliza Samudio. Desde março, Bruno defende o Boa Esporte, de Minas Gerais, que disputa a segunda divisão do Campeonato Mineiro. A equipe de Varginha não comentou a decisão do STF.

A decisão

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu na tarde de terça-feira mandar o goleiro Bruno Fernandes de volta à prisão.

Por 3 votos a 1, os ministros decidiram derrubar uma decisão de fevereiro do ministro Marco Aurélio Mello, que havia determinado a libertação do atleta, após seis anos e meio de prisão. A Primeira Turma é formada por cinco ministros, mas Luís Roberto Barroso não participou do julgamento.

Votaram a favor da volta de Bruno à prisão os ministros Alexandre de Moraes, Rosa Weber e Luiz Fux. O único contrário foi Marco Aurélio Mello.

Na sessão, os ministros analisaram um recurso da mãe de Eliza Samudio contra a soltura, sob o argumento de que a liberdade do goleiro colocava em risco sua própria integridade física e a de seu neto, filho de Bruno com Eliza.

Titular do Boa Esporte

Liberado em fevereiro deste ano, o goleiro assinou com o Boa Esporte no dia 13 de março e estreou menos de um mês depois, no dia 8 de abril. Desde então, foi titular da equipe na fase final do Módulo 2 do Campeonato Mineiro e atuou em cinco partidas, onde sofreu quatro gols. A última partida dele foi no sábado (22), na vitória do Boa Esporte por 1 a 0 sobre o Nacional de Muriaé.

Após a decisão do STF, o Boa Esporte cancelou os treinos da equipe na tarde desta terça-feira. No Centro de Treinamentos do clube e no hotel onde os jogadores ficam hospedados, permaneceu o silêncio. Perguntado sobre o assunto, o diretor de futebol do clube, Roberto Moraes, se limitou a dizer: "Pergunta para o advogado dele".