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Esporte

Senna, negação e puxão de orelha: Bota recupera brio e identidade na Libertadores

Técnico Jair Ventura provoca e desafia os atletas antes do jogo, equipe recupera espírito copeiro e avança às oitavas de final da Taça Libertadores com méritos

Globo Esporte

19 de Maio de 2017 - 07:21

Um puxão de orelhas, esporadicamente, fez bem. Por vezes, se faz até necessário. Nesta quinta, o Botafogo voltou a ser o time que encantou no início da Libertadores. Foi organizado, dedicado e, acima de tudo, aguerrido. Uma equipe com brio e identidade. Mas a vitória por 1 a 0 diante do Atlético Nacional, atual campeão, começou momentos antes do início da partida: na preleção.

Para motivar, mostrar a importância da superação e resgatar o espírito do início da Libertadores, o técnico Jair Ventura apresentou ao elenco um vídeo sobre Ayrton Senna e algumas barreiras que o tricampeão da Fórmula 1 teve que enfrentar para se tornar um vencedor. Além disso, a comissão técnica também adotou uma estratégia diferente e fez uso da "negação", provocando os atletas e dizendo que eles não seriam capazes de passar por alguns obstáculos.

- O Jair é um técnico maravilhoso. Além de motivador... Se um dia você tiver a oportunidade de assistir uma preleção dele... Os jogadores saem babando na gravata e querendo ganhar o jogo de qualquer maneira. É um grande ponto que o Botafogo tem. No final da preleção passaram um filme sobre o Ayrton, as etapas que ele passou... Isso motiva - afirmou Cacá Azeredo, vice de futebol do Botafogo.

De fato, os jogadores entraram em campo “babando na gravata” desde o apito inicial e resgataram a identidade aguerrida dos primeiros jogos na Libertadores. Deu certo. Os colombianos pouco ameaçaram, o time voltou a vencer a garantiu a vaga nas oitavas de final com uma rodada de antecedência.

Por conta das atuações apáticas e irreconhecíveis nas derrotas para Barcelona de Guayaquil e Grêmio, o Botafogo já vinha sofrendo críticas quando à queda de rendimento nos últimos jogos. Jair Ventura reconheceu que estava faltando algo, mas disse que a cobrança e, especialmente a mudança de postura, foram algo interno, que partiu deles próprios.

- A nossa motivarão e mudança de postura tem que ser interna. Estávamos incomodados. Quem tem que mudar a situação somos nós. Sabíamos da nossa responsabilidade. Sofremos uma derrota em casa, mas ficou claro que aquilo foi o acaso.