Política
JBS doou R$ 57 mil para campanha de Daltro; quase 19% da contribuição que recebeu
O grupo, sócio controlador de um frigorífico de frango que é o maior empregador da cidade, contribuiu com R$ 57 mil.
Flávio Paes/Região News
24 de Maio de 2017 - 07:52
O Grupo JBS contribuiu com quase 19% (18,94%) das despesas de campanha da candidatura do ex-prefeito de Sidrolândia Daltro Fiuza, que em 2014 foi candidato a deputado estadual ficando na segunda suplência do PMDB.
O grupo, sócio controlador de um frigorífico de frango que é o maior empregador da cidade, contribuiu com R$ 57 mil dos R$ 300.926,21, que o ex-prefeito declarou ter arrecadado para custear sua campanha, dentro das regras da legislação eleitoral aplicada naquela eleição.
As doações da JBS para a campanha do ex-prefeito foram efetivadas em quatro repasses, dois de R$ 25 mil no mesmo dia (28 de julho de 2014); R$ 2 mil (dia 31 de julho) e R$ 5 mil (dia 26 de agosto). Além da JBS, outras empresas que fizeram doações de valores expressivas para a campanha de Daltro, foram a Digitlo (R$ 50 mil); a H2F (R$ 20 mil) e a Rio Pardo Bioenergia (R$ 10 mil), esmagadora de soja instalada na cidade.
Nesta mesma eleição a JBS fez doações, declaradas a Justiça Eleitoral, para pelo menos 50 candidatos de diferentes partidos políticos que disputaram vagas na Assembleia, Câmara Federal, Senado e ao Governo do Estado.
O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) recebeu R$ 10,5 milhões em doações de campanha; na chapa adversária, Delcídio do Amaral (então PT) faturou R$ 214,805 mil e, concorrendo pelos peemedebistas, Nelsinho Trad (PTB), R$ 3,26 milhões. Única senadora do Estado citada, Simone Tebet (PMDB) teve R$ 1,72 milhão de contribuição. Disponíveis na planilha da JBS, os valores aparecem na prestação de contas dos candidatos.
Na lista de deputados federais também são citados os seguintes parlamentares:
Carlos Marun (PMDB) R$ 103 mil
Dagoberto Nogueira (PDT) R$ 170 mil
Elizeu Dionizio (PSDB) R$ 22.864,00
Geraldo Resende (PSDB) R$ 450 mil
Luiz Henrique Mandetta (DEM) - R$ 25.086,00
Tereza Cristina (PSB) R$ 103 mil
Já os deputados estaduais beneficiados pelo grupo JBS são:
Ângelo Guerreiro (PSDB) R$ 30.139,00
Coronel David (PSC) R$ 52 mil
Eduardo Rocha (PMDB) R$ 52 mil
Flávio Kayatt (PSDB) R$ 14.364,00
Herculano Borges (PROS) R$ 6.132,00
Junior Mochi (PMDB) R$ 84,5 mil
Lídio Lopes (PEN) R$ 52 mil
Mara Caseiro (PSDB) R$ 52 mil
Marcio Fernandes (PMDB) R$ 52 mil
Maria Antonieta Amorim (PMDB) R$ 102 mil
Maurício Picarelli (PSDB) R$ 52 mil
Onevan de Matos (PSDB) R$ 9.386,00
Paulo Siufi (PMDB) R$ 52 mil
Pedro Kemp (PT) R$ 30 mil
Renato Câmara (PMDB) R$ 224 mil
Rinaldo Modesto (PSDB) R$ 21.553,00
Zé Teixeira (DEM) R$ 15.761,00
Entre os prefeitos listados, está o chefe do Executivo em Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), que recebeu R$ 72 mil para a sua campanha de deputado estadual, e a chefe em Dourados, Delia Razuk (PR), que faturou R$ 50 mil. Em nota, a prefeitura da Capital já havia informado que o valor foi declarado na prestação de contas da candidatura, disponível no site do Tribunal Superior Eleitoral, ou seja, que o repasse é legal.
Na sequência, aparecem na lista os secretários estaduais que disputaram cargos no Legislativo estadual e federal, alguns licenciados do mandato:
Athayde Nery R$ 17.584 (Cultura)
Bosco Martins R$ 7.764 (TVE)
José Carlos Barbosa, o Barbosinha R$ 109,5 mil (Justiça)
Marcio Monteiro R$ 17.189 (Fazenda)
Maria Cecília Amendola da Motta R$ 8.101 (Educação)
Em Campo Grande, alguns vereadores também receberam recursos da JBS. Mesmo que o dinheiro não tenha sido doado diretamente aos candidatos, os valores chegaram às campanhas através de repasses dos diretórios estaduais e nacionais. Mesmo assim, todos eles constam na lista de Ricardo Saud:
André Salineiro (PSDB) R$ 11.750
Cazuza (PP) R$ 5.584,00
Dharleng Campos de Oliveira (PP) R$ 5 mil
Livio Viana Leite (PSDB) R$ 10.310,00
Loester Nunes (PMDB) R$ 42 mil
Sem mandato ou ocupando algum cargo de superintende nas administrações municipais e estaduais, alguns políticos conhecidos do eleitor também são citados pelo diretor do grupo J&F. Todos eles concorreram a algum posto eletivo em 2014. Confira:
Ailton Stropa Garcia R$ 5.266,00 (ex-diretor da Agepen)
Alcides Bernal (PP) R$ 400 mil (ex-prefeito de Campo Grande)
Aldo Donizete (PP) R$ 14.618,00 (ex-diretor da Fundação Municipal do Trabalho)
Antonio João (ex-PSD) R$ 20.302,00 (empresário)
Carla Stephanini (PMDB) R$ R$ 103 mil (ex-vereadora e subsecretária de Políticas para a Mulher em Campo Grande)
Coringa (PSD) R$ 22.132,00 (ex-vereador e subsecretário de Defesa dos Direitos Humanos em Campo Grande)
Daltro Fiuza (PMDB) R$ 57 mil (ex-prefeito de Sidrolândia)
Marçal Filho (PSDB) R$ 653 mil (ex-deputado federal)
Ricardo Ayache (PSB) R$ 198.044,00 (presidente da Cassems)
Fábio Trad (ex-PMDB) R$ 103 mil (ex-deputado federal)
Ritva Vieira (PP) R$ 5.744,00 (ex-secretária de Regulação)