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Política

Defesa de Aécio faz 27 perguntas à perícia da PF sobre áudio de dono da JBS

Senador afastado é investigado por corrupção em inquérito da Lava Jato. Ele foi gravado por empresário pedindo R$ 2 milhões. No pedido, quer descrições detalhadas de arquivos.

G1

25 de Maio de 2017 - 16:14

A defesa do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) apresentou à Polícia Federal uma lista de 27 perguntas a serem respondidas por peritos acerca da gravação de uma conversa que teve no fim de março com o dono da JBS Joesley Batista.

No diálogo, o senador afastado pede R$ 2 milhões ao empresário e defende a aprovação da lei de anistia ao caixa 2 e a do abuso de autoridade, o que motivou a Procuradoria Geral da República (PGR) a pedir e obter autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar o caso.

A gravação foi entregue por Joesley em seu acordo de delação premiada na Operação Lava Jato, assim como os gravadores também usados para registrar conversas com o presidente Michel Temer o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), investigados junto com Aécio.

No documento entregue à PF nesta quinta-feira (25), os advogados de Aécio pedem descrições detalhadas e técnicas dos arquivos digitais de áudio, bem como questionam se foram modificados após o registro da conversa.

“Realizar transcrição completa do conteúdo de todas as falas presentes nos arquivos periciados, com foco em metodologia pericial forense. Registrar todas as ocorrências onde pode haver: (i) incompreensão de palavras ou segmentos; (ii) inteligibilidade duvidosa; (iii) múltiplas hipóteses do que foi dito; (iv) alternâncias auditivas que possibilitam mais de uma transcrição; (v) sobreposição ou simultaneidade de falas; (iv) outros de interesse pericial”, diz um dos pedidos feitos.

Em relação aos gravadores, perguntam sobre quem os manuseou desde a gravação, bem como os arquivos que foram deletados ou mantidos nos equipamentos.

Nesta semana, os advogados de Temer também pediram 15 esclarecimentos à perícia, entre elas: se houve supressão de palavras ou alteração do sentido real da conversa; se ruídos podem ter sido incluídos para mascarar edições; e se a frase “tem que manter isso, viu”, dita pelo presidente, é imediatamente precedida por qual frase de seu interlocutor.

O Ministério Público não tem dúvidas sobre a autenticidade do áudio, mas também mandou perguntas à perícia sobre a gravação, entre elas, se há montagens, trucagens, adulterações ou outras alterações na gravação que indiquem manipulação fraudulenta do áudio, e se a conversa apresenta coerência lógica e contextualização sobre o tema abordado entre os interlocutores.

A expectativa é que a perícia dure ao menos 15 dias.