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Esporte

Minotauro abre o jogo e fala de Belfort, Spider, "entressafra" e Conor: "Maluco"

Embaixador do UFC no Brasil mostra felicidade pelo "Fenômeno" lutar em casa, defende jovens lutadores e diz: "Preferi não ficar no meio entre Anderson e o UFC"

Combate.Com

03 de Junho de 2017 - 08:47

Após se aposentar do MMA, em 2015, Rodrigo Minotauro "pulou o octógono" e passou a trabalhar como embaixador do UFC no Brasil. Na semana de mais uma edição do evento no Rio de Janeiro, mesmo sabendo que Vitor Belfort não se aposentará no próximo sábado, após sua luta contra Nate Marquardt, no UFC 212, o ex-campeão peso-pesado do Ultimate lembrou que foi um dos que fez coro para que "Fenômeno" lutasse em casa, sendo mais um bonita passo em sua "tour de despedida" do MMA.  

- Lutar em casa é sempre bom. Muitos atletas viram o Belfort se consagrar no octógono do UFC, e eu acompanho a história dele desde 1997, quando ele começou no Ultimate. Ele é carioca, lutando no Rio de Janeiro e podendo ter um desfecho dentro de casa, é muito bonito - disse Minotauro ao Combate.com.

Adepto da ideia de que grandes nomes do esporte continuem trabalhando no UFC após se aposentarem, Rodrigo Minotauro afirma que Belfort, pela sua própria personalidade, terá também um espaço na organização depois de sair do octógono pela última vez. À vontade na entrevista, o ex-campeão peso-pesado também comentou da expectativa por uma renovação do quadro de atletas brasileiros no Ultimate, falou sobre o polêmico Conor McGregor e explicou que não vê possibilidade de Anderson Silva ter ficado com a imagem arranhada junto a Dana White e companhia, após as críticas públicas nos últimos meses. 

Vitor Belfort tomada de peso UFC 212 (Foto: André Durão)Minotauro fala de felicidade em ver Vitor Belfort se apresentando pela última vez no Rio de Janeiro (Foto: André Durão)

 

Confira abaixo os temas abordados na entrevista de Rodrigo Minotauro:

Vitor Belfort e sua "tour de despedida"

- Lutar em casa é sempre bom. Muitos atletas viram o Belfort se consagrar no octógono do UFC, e eu acompanho a história dele desde 1997, quando ele começou no Ultimate. Ele é carioca, lutando no Rio de Janeiro e podendo ter um desfecho dentro de casa, é muito bonito. Teve uma excelente carreira, grande atleta, personalidade do mundo das lutas e, especialmente, para o povo do Rio de Janeiro. Então, nada mais justo que ele lutar aqui. Gostei. 

Vitor Belfort tem vaga na cúpula do UFC após aposentadoria

- O Belfort é um grande nome, influenciador de gerações dentro do esporte. Quando eu comecei minha carreira, ele já era uma personalidade no MMA. Acrescenta muito, influencia novos lutadores a vislumbrarem uma carreira vitoriosa como a dele. 

Thomas Almeida, Albert Morales, UFC São Paulo, MMA (Foto: Marcos Ribolli)Thominhas é um dos destaques da nova geração para Rodrigo Minotauro (Foto: Marcos Ribolli)

Nova geração do MMA no Brasil pode manter esporte em alta no país

- A gente pegou agora uma entressafra de gerações. Tem bons nomes do MMA nacional, como Thomas Almeida, Renato Moicano, Raoni Barcelos, tem uma geração intermediária, com Junior Cigano, Ronaldo Jacaré, Demian Maia, logo após a nossa, tem também os novatos de hoje, que acabaram de chegar, como Marlon Moraes, Jéssica Bate-Estaca, ou seja, o Brasil está bem encaixado. Só esse ano, quantas disputas de cinturão tivemos? Apesar de não termos vencido, estamos sempre "nas cabeças" em disputas de título. O Brasil nunca vai perder essa tradição de estar entre os melhores do Mundo no MMA. Sempre estamos brigando com os Estados Unidos pela liderança no número de cinturões. 

- A gente também deve levar em conta que, só no estado da Califórnia, eles devem ter mais octógono que no Brasil inteiro. Têm mais estrutura, muitos eventos, classe amadora forte, já que eles precisam ter, pelo menos, oito lutas como amador no MMA, então eles estão a frente nessa questão. A luta base dos EUA é o wrestling, que é praticado na escola pública. O que a gente tem aqui? Só futebol. Então, mesmo estando bem atrás nesse quesito, com cerca de 20% do número de octógonos que eles têm, menor número de eventos e de lutadores profissionais, ainda assim, a gente consegue fazer uma frente com eles. A gente está em uma entressafra de lutadores, mas o Brasil tem essa capacidade de descobrir novos talentos. Tem o Luan Chagas, uma galerinha nova que está mudando o perfil e isso é importante. Tem que contratar atletas novos, de 20 e poucos anos. Ter um atleta de 30, não vai ter uma carreira longa na organização. 

UFC prioriza o show ao momento do lutador?

- Tem lutador que se promove, mas o Conor McGregor é maluco mesmo (risos). Fato! Não é promoção, é a personalidade dele mesmo. Ele se promove, mas, como os americanos falam, é "delivery", ele entrega. Tem gente que se promove, mas não entrega, como o Chael Sonnen nas últimas lutas, fica feio. Mas se o cara é bom, se promove e entrega, é um cara confiante. Gosto de pessoas confiantes. O Jacaré é um cara confiante, só que ele não passa do ponto, porque pode se tornar arrogante. Você já ouviu falar o Jacaré falar que vai fazer uma luta dura? Não, ele diz que vai entrar e finalizar. O McGregor passa um pouco do ponto, mas entrega.   

Conor McGregor x  Eddie Alvarez UFC 205 (Foto: Jason Silva)Rodrigo Minotauro fala do "arrogante" Conor McGregor, mas pondera: "É maluco, mas entrega" (Foto: Jason Silva)

Anderson Silva x Dana White: quem tem razão? 

- Eu me coloquei em uma situação que eu não dialoguei muito com o Anderson sobre isso (discussões com Dana White), sobre o posicionamento que ele deve tomar. Ele sabe gerenciar a carreira dele, os empresários dele sabem fazer isso e, nesse caso, preferi não ficar no meio entre o meu amigo e a organização que eu trabalho, então, realmente, não participei muito disso. Eu vi ele aceitar com um garoto bem mais jovem, que é o Gastelum, um lutador super perigoso. Ele foi homem de aceitar essa luta perigosa pra ele. E depois que essa luta não aconteceu, meio que "desandaram" as negociações. Eu não participei muito disso, o matchmaker tentou outros adversários, ele (Anderson Silva) pediu outros rivais, luta de cinturão, e eu não participei dessas conversas. Preferi não entrar no meio entre meu amigo e o evento que trabalho. 

Imagem arranhada do Spider no UFC

- Eles têm uma negociação de muitos anos. Eles já tiveram vários desentendimentos, o Anderson já pegou lutas em cima da hora, já não aceitou algumas exigências do evento, então, entre tantas turbulências, eles já fizeram muitas coisas juntos. O UFC e o Anderson têm uma história grande.

Anderson Silva coletiva UFC Rio 8 (Foto: Marcelo de Jesus)Minotauro disse que não se envolveu nas discussões públicas entre Anderson Silva e Dana White (Foto: Marcelo de Jesus)


O Canal Combate transmite o UFC Rio 8 ao vivo e com exclusividade no próximo sábado, a partir de 19h15 (horário de Brasília). O Combate.com acompanha em Tempo Real e exibe as duas primeiras lutas do card preliminar em vídeo ao vivo. Na sexta-feira, site e canal exibem em vídeo ao vivo a pesagem cerimonial do evento, às 18h50. Confira o card completo:

UFC 212
3 de junho, no Rio de Janeiro
CARD PRINCIPAL (a partir de 23h, horário de Brasília):
Peso-pena: José Aldo x Max Holloway
Peso-palha: Cláudia Gadelha x Karolina Kowalkiewicz
Peso-médio: Vitor Belfort x Nate Marquardt
Peso-médio: Paulo Borrachinha x Oluwale Bamgbose
Peso-meio-médio: Erick Silva x Yancy Medeiros
CARD PRELIMINAR (a partir de 19h30, horário de Brasília):
Peso-galo: Raphael Assunção x Marlon Moraes
Peso-médio: Antônio Cara de Sapato x Eric Spicely
Peso-galo: Johnny Eduardo x Mathew Lopez
Peso-galo: Iuri Marajó x Brian Kelleher
Peso-palha: Viviane Sucuri x Jamie Moyle
Peso-meio-médio: Luan Chagas x Jim Wallhead
Peso-galo: Marco Beltrán x Deiveson Alcântara