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Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Quinta, 25 de Abril de 2024

Política

CGU constata vícios na licitação, indícios de superfaturamento em obra no Sol Nascente

Até agora houve a execução 64,30% do projeto, com investimento de R$ 884.619,15, sendo R$ 635.026,80 do Governo Federal e R$ 249.592,35 de recurso próprio.

Flávio Paes/Região News

18 de Junho de 2017 - 20:25

Relatório de auditores da CGU (Controladoria Geral da União), com base na inspeção realizada em outubro do ano passado, identificou indícios de direcionamento na licitação, aberta na gestão do ex-prefeito Daltro Fiuza, para favorecer a Policon Engenharia (vencedora da licitação) e de superfaturamento nas obras de pavimentação e drenagem do Bairro Sol Nascente que se arrastam desde 2011 e estão oficialmente paradas desde outubro de 2015. 

Buracos apareceram em trechos de asfalto feito há dois anos (nas ruas Rosendo Guardiano e Dona Tutinha). O pavimento se deteriorou rapidamente porque a drenagem projetada não foi concluída. Falta abrir as bocas de lobo e o dissipador de energia (uma espécie de escada para amortecer o escoamento da enxurrada) está tomado pelo matagal e as galerias celulares - instaladas margeando o Parque Ecológico Nascente do Vacaria - entupidas.

Foto: Reginaldo Mello/Região News

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Dissipador de energia (uma espécie de escada para amortecer o escoamento da enxurrada) está tomado pelo matagal. 

O convênio firmado em dezembro de 2010 com o Ministério das Cidades para a liberação de R$ 987.500,00 venceu no último dia 30 de maio, mas é possível garantir sua prorrogação. Se esta medida não foi tomada, se instaura um processo de tomadas de contas que trará como consequência, a exigência da devolução do valor liberado, com juros e correção.

Para prorrogar o convênio, a Prefeitura terá de retomar as obras e para isto, vai precisar de aproximadamente R$ 1 milhão para complementar a contrapartida. Há um saldo de R$ 144 mil de contrapartida e R$ 394,1 mil dos recursos federais. Será preciso fazer uma nova licitação já que a Policon Engenharia (vencedora da licitação) desistiu da obra e houve rescisão do contrato em 2015.

Até agora houve a execução 64,30% do projeto, com investimento de R$ 884.619,15, sendo R$ 635.026,80 do Governo Federal e R$ 249.592,35 de recurso próprio. Há seis anos o projeto foi orçado em R$ 1.375.816,27.

Superfaturamento

Os auditores da CGU identificaram, apenas na 9ª e última medição, atestada pela Prefeitura e paga pela Caixa Econômica (R$ 149.354,66), nas obras de drenagem, um superfaturamento quantitativo de R$ 17.918,12, o equivalente a 2,03% do que foi executado da obra. Este valor corresponde a pagamentos feitos por serviços que não foram executados.

Houve, por exemplo, o pagamento pelo uso de 245,41 metros de concreto estrutural, mas se constatou a aplicação de 12,34 metros a menos (233,07), uma diferença de R$ 3.712,70. Outra irregularidade, foi a retenção indevida de R$ 10.016,33 a título de recolhimento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica.