Logomarca

Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Terça, 7 de Maio de 2024

Esporte

Makwala supera cansaço por “maratona” de 200m, avança à final e levanta público

Botsuano corre semifinal apenas duas horas depois de correr eliminatória sozinho

Globo Esporte

09 de Agosto de 2017 - 16:47

Mais cedo, a prova de um homem só emocionou o público no Estádio Olímpico. Um dia depois de ser impedido pela Federação Internacional (IAAF) de disputar a final dos 400m, Isaac Makwala mostrou uma força de vontade ímpar para se mostrar não só apto para competir, mas pronto para buscar uma medalha individual no Mundial de Londres. Pouco mais de duas horas após correr a classificatória dos 200m sozinho, o botsuano esqueceu o cansaço e o incidente médico da última segunda para conquistar uma vaga na final da distância. Mesmo correndo na raia interna e na chuva durante todo o percurso, cruzou em segundo na primeira das três baterias com 20s14.

- Me senti em casa, como se fosse britânico. A torcida foi incrível. Fiquei muito feliz. Ela m e fez correr mais rápido. Eles acreditam em mim, queriam ter me visto nos 400m - disse Makwala, escoltado de perto por um assessor de imprensa da IAAF.

O líder do ranking mundial de 2017 e outros sete atletas voltam à pista nesta quinta-feira para lutar por um lugar no pódio. A prova encerra o programa de eventos às 21h52 e terá transmissão ao vivo do SporTV2, além de Tempo Real do SporTV.com.

Makwala passou mal na última segunda-feira, com vômito e diarreia, e não teve condições de se apresentar para as eliminatórias dos 200m. Ele foi um dos mais de 30 atletas que supostamente contraíram o chamado norovírus. Na terça-feira ele disputaria a final dos 400m, prova na qual seria um dos principais desafiantes do favorito Wayde Van Niekerk. Ele foi ao Estádio e tentou competir, mas a IAAF vetou sua participação alegando que a condição clínica dele impunha a necessidade de quarentena de 48h.

O caso repercutiu muito mal, visto que Makwala concedeu entrevistas afirmando que tinha perfeitas condições de correr e que não foi avaliado por nenhum médico – informação rebatida pela IAAF. Como a quarentena foi encerrada às 14h (horário local) desta quinta, a IAAF decidiu tentar minimizar a polêmica dando a ele a oportunidade de disputar uma tomada de tempo sozinho antes do início do programa oficial desta quarta.

Ele não só conseguiu superar a marca de 20s53 que o levaria à final como fez o sétimo melhor tempo entre todos os inscritos: 20s20. Ainda tirou onda fazendo flexões depois de conferir o tempo no placar.

Para que nenhum outro atleta fosse prejudicado, ele precisou correr a semi na raia 1, de dentro, ruim para acompanhar os atletas mais velozes, normalmente posicionados no centro. Precisava chegar nas duas primeiras colocações para avançar à final. Mesmo na chuva durante todo o percurso, Makwala voou. Liderou a bateria até o fim. Quando levantou o braço para comemorar a vaga, foi ultrapassado pelo americano Isaiah Young, que venceria por dois centésimos. Àquela altura, não fazia diferença. A vaga na disputa de medalhas estava garantida.

A decepção da noite foram as não classificações do jamaicano Yohan Blake e do francês Christophe Lemaitre. O europeu, bronze na prova na Rio 2016, foi o primeiro fora da zona de classificação por tempo. Tido como favorito ao título antes do Mundial, o sul-africano Wayde Van Niekerk foi apenas o terceiro de sua bateria e levou a última vaga por tempo (20s28).