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Sidrolandia

Em prisão preventiva, mulher sustenta desconhecer gravidez e nega que enterrou feto

L.B sustenta que desconhecia estar grávida embora há seis meses não menstruasse.

Flávio Paes/Região News

11 de Agosto de 2017 - 07:43

Em prisão preventiva desde a última quarta-feira (9), decretada pelo juiz Fernando Moreira, a trabalhadora L.B, de 35 anos, acusada de provocar aborto aos oito meses de gravidez e enterrar o corpo da criança no quintal de casa no Quebra Coco, nos depoimentos ao juiz, à Polícia e na conversa com o defensor público Cássio Sanches Barbi, manteve a mesma versão com alguns “apagões” de memória que dificultam a construção de um enredo verossímil de todo o episódio.

L.B sustenta que desconhecia estar grávida embora há seis meses não menstruasse. Atribuiu a interrupção ao anticoncepcional que vinha usando. Disse que não se lembra de ter abortado no banheiro do seu local de trabalho (a Seara) na noite da última segunda-feira.

L.B no depoimento ao delegado Carlos Eduardo Trevelin contou que no dia do aborto, última segunda-feira, por volta das 21h30, durante seu turno de trabalho passou mal e foi ao banheiro, quando percebeu a hemorragia vaginal, que imaginou ser menstruação.

A partir daí seu depoimento é pouco esclarecedor. Disse não se lembrar de onde a criança nasceu, se estava viva ou não. Conta que desmaiou e se recorda de ter acordado entrando no ônibus no retorno para casa em Quebra Coco, onde seu marido a esperava no ponto. Em casa, prosseguiu no relato, como a hemorragia se mantinha, seu marido a trouxe para ser atendida em Sidrolândia.

No hospital, o plantonista a questionou sobre uma possível gravidez, mas ela negou, revelando apenas o atraso menstrual. Com base na ultrassonografia o médico percebeu a dilatação do útero e concluiu que a paciente estivera gestante há poucos dias. Diante da suspeita de que a trabalhadora provocara o aborto, o médico comunicou a Delegacia.

No dia seguinte, terça-feira os policiais iniciaram as investigações e concluíram que de fato L.B tinha abortado uma criança dentro do banheiro do Frigorífico Seara. Em diligência no distrito de Quebra Coco, interrogaram o marido dela, identificado como Gregório. Ele admitiu ter enterrado o corpo do bebê, encontrado por suas filhas na mochila da mulher que a deixou sobre a cama.

No desespero, teria resolvido abrir uma cova de 30 centímetros onde enterrou o corpo. Argumentou que segunda-feira à noite, na pressa de trazer a mulher para atendimento em Sidrolândia, não teria percebido nada de anormal na mochila. Ele diz que desconhecia a gravidez da esposa.

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