Política
"Tributar a sociedade não é um caminho", diz Maia ao defender Reforma da Previdência
Presidente da Câmara dos Deputados participou de evento na FGV nesta sexta-feira (11). "Sem a reforma da Previdência, vai acontecer na União que aconteceu no Rio e em Portugal".
G1
11 de Agosto de 2017 - 13:12
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), esteve em evento na Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta sexta-feira (11) e disse que o possível aumento do déficit fiscal o deixa "desconfortável". Maia voltou a citar a reforma da Previdência dizendo que, se não for aprovada, causará uma "péssima sinalização" ao mercado.
O presidente da Câmara afirmou que a crise vivida por Michel Temer, com a denúncia da Procuradoria Geral da República, e o erro do Governo na expectativa de arrecadação dificultaram o cumprimento da meta fiscal. O plano inicial era de um déficit de R$ 139 bilhões, mas o valor deve ser revisado para R$ 159 bilhões, segundo o colunista Lauro Jardim, do "O Globo".
"Por um lado, não se quer aumentar imposto. Por outro, há uma dificuldade na aprovação da Reforma da Providência. Em algum momento, o Congresso vai ter que tomar a decisão. Por um caminho ou por outro. É o que eu digo: aumentar a meta com aprovação da Reforma da Previdência é irrelevante a meta. Aprovar a meta sem a Reforma da Previdência é uma sinalização péssima para os investidores no Brasil", disse Maia.
O deputado federal afirma que, sem a reforma, o Brasil pode viver crise semelhante à do Rio, em dívida com servidores e aposentados.
"Tributar a sociedade não é um caminho. Nós temos despesas obrigatórias que crescem todos os anos. A reforma da Previdência vai nessa linha: nos garantir o equilíbrio fiscal brasileira, da queda da inflação e da queda dos juros. Sem a reforma da Previdência, vai acontecer na União que aconteceu no Rio e o que aconteceu em Portugal", disse ele.
Em Portugal, diz Maia, as aposentadorias foram cortadas em até 30%. "Nós não precisamos chegar nesse ponto".
Na terça, Temer chegou a dizer que havia estudos para o aumento da alíquota do Imposto de Renda (IR). Depois, voltou atrás e disse que não há chance de aumento. Maia, nesta sexta, reafirmou que é contra mais impostos e garantiu que a proposta não passaria na Câmara.
"O Congresso não aceita aumento de imposto, o que defendo radicalmente".
Reforma política: 'sistema atual está falido'
Sobre a Reforma Política, aprovada em comissão da Câmara com fundo público de R$ 3,6 bilhões para campanhas, Maia criticou a emenda favorável ao distritão. Ele disse que o sistema atual está "falido", mas necessitaria de outras mudanças.
"Acho que o sistema atual está falido. Distritão sem cláusula de desempenho alta e sem financiamento privado se fosse permanente seria muito ruim, mas acho que tem um ponto da Reforma Política que, se conseguimos sair vitoriosos no plenário vamos dar um passo muito importante, que é aprovação do distrital misto para 2022. Aí vamos estar olhando em duas eleições um sistema que, de fato, possa recuperar a legitimidade que a política precisa ter", afirmou.
"A
gente fala muito da necessidade da renovação. O que não falta na política
brasileira é renovação. Só que o problema desse sistema eleitoral é que renova
muito, mas com o mesmo perfil de voto: igrejas num segmento, agronegócio em
outro e máquina publica em muitos estados. Renova-se quase 50% da Câmara, mas,
efetivamente, há pouca renovação".