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Sidrolandia

Pedro Pedrossian: trajetória contada em ferrovia, grandes obras e estrelas

Numa época sem estradas, o menino morador de Miranda logo virou freguês do trem, que tanto era meio de transporte quanto o precursor das novidades.

Campo Grande News

22 de Agosto de 2017 - 08:29

Engenheiro de formação, político por essência e um semeador de “estrelas”, a trajetória do ex-governador Pedro Pedrossian, que morreu na madrugada desta terça-feira (dia 22) em Campo Grande, começou a nascer em 13 de agosto de 1928, numa casa na cidade de Miranda, a 45 metros da ferrovia. Num prenúncio de que os caminhos de ferro se confundiriam para sempre com a vida do “Homem de Miranda”.

Numa época sem estradas, o menino morador de Miranda logo virou freguês do trem, que tanto era meio de transporte quanto o precursor das novidades.

“Toda quinta e sábado os trens vinham de São Paulo. Eu procurava o jornaleiro, procurando gibi do Fantasma Voador. Enfim, não me recordo de um dia que eu tivesse falhado. Já naquele tempo a ferrovia era muito importante para mim”, contou Pedrossian, governador por três vezes, em entrevista no ano de 2013, no aniversário de 85 anos.

Na década de 1960, com a trajetória profissional na Noroeste do Brasil, o engenheiro Pedrossian embarcou em um avião de pequeno porte, onde às vezes nem a bússola funcionava, e na aventura de rodar o extenso Mato Grosso, à época uno.

A população correspondeu às propostas e Pedro Pedrossian foi eleito governador. Ele foi governador de Mato Grosso entre 1966 e 1971. Em 1980, foi nomeado para comandar Mato Grosso do Sul, posto que retomou em 1991, quando foi eleito nas urnas.

Se uma vida política tão longa deixa ressentimento? Ele garante que não. “Se disser que sou um homem sem mágoas, pode acreditar. Não que estou parecendo um santo, mas a vida tem que ser tratada de outra forma”, diz, ao comentar a trajetória que avançava por oito décadas.

Obras – Com a marca da estrela, que se espalhou como símbolo de sua gestão pela obras que inaugurou, Pedrossian implantou a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), o estádio Morenão (que leva seu nome), o Hospital Regional Rosa Pedrossian , o Parque dos Poderes e obras de pavimentação. Centro do poder do Estado, foi inaugurado em 1983 com status de paixão do ex-governador.

A ideia de fazer em Campo Grande uma sede administrativa dos poderes já vinha do governo de Harry Amorim Costa, mas em forma de edifício. Segundo o arquiteto Élvio Garabini , os estudos iniciais foram do arquiteto Sérgio Bernardes, do Rio de Janeiro.

“O projeto feito para o Harry Amorim era uma torre de 33 andares”, relatou ao Campo Grande News em entrevista no ano passado. Pedrossian desistiu da proposta do antecessor e decidiu abrir concurso para a escolha dos projetos arquitetônicos.

Adeus - O velório do ex-governador Pedro Pedrossian será no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo, no Parque dos Poderes, ainda pela manhã. O sepultamento será no cemitério Parque das Primaveras, localizado na avenida Senador Filinto Müler, 2211, Jardim Parati.

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