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Policial

Suspeito só parou de atirar em grávida quando munição acabou

Tatiane estava grávida de aproximadamente um mês e tinha outros dois filhos, um de quatro anos e outro de um ano e meio.

Midiamax

22 de Agosto de 2017 - 10:36

O suspeito de matar a grávida Tatiane Dias da Silva, de 19 anos, só teria parado de atirar quando ficou sem munição. O relato é do namorado da vítima, principal testemunha do caso, durante seu depoimento à polícia nesta segunda-feira (21). O autor do crime Elias Lazaro Cavalheiro, de 42 anos, o ‘Neguinho Marcolino’, continua foragido.

O crime aconteceu na última sexta-feira (18), em Prudencio Thomaz, distrito de Rio Brilhante –a 158 quilômetros de Campo Grande. Tatiane foi morta a tiros no quintal de sua casa depois de reagir ao assédio de Elias em um bar da cidade.

Segundo o site Rio Brilhante em Tempo Real, o namorado da vítima foi ouvido pela polícia e contou que estava dentro de casa quando o crime aconteceu. Ao ouvir os tiros, ele correu para ver o que acontecia e encontrou Tatiane já ferida. “Escutei ele dizendo, e aí doninha e logo os tiros, quando saí ela já estava no chão e ele disparando o ultimo tiro”, disse em entrevista.

Para o rapaz, ficou claro que Elias tinha intenção de continuar os disparos, mas como ficou sem munição fugiu do local. Segundo o delegado responsável pelo caso, Roberto Duarte Faria, o suspeito continua foragido e possivelmente fugiu da cidade com ajuda de um comparsa. Buscas continuam sendo feitas na região.

Tatiane estava grávida de aproximadamente um mês e tinha outros dois filhos, um de quatro anos e outro de um ano e meio.

O caso

Na madrugada de sexta-feira, a vítima e o namorado foram a um bar na frente da residência dela para comprar bebidas alcoólicas. Enquanto o rapaz estava no balcão, o suspeito do crime teria assediado Tatiane e ainda passado a mão em seu corpo. Diante da situação, a jovem teria dado um tapa no rosto do homem.

Ao perceber o que acontecia, o namorado de Tatiane interveio e Elias foi embora, ameaçando voltar. Poucos minutos depois, quando o casal já estava em casa, o suspeito foi até o local armado e surpreendeu a jovem na varanda. Segundo a perícia feita no dia do crime, a vítima teria sido atingida por cinco disparos.

Feminicídio

Na manhã do dia 7 de agosto o corpo de Márcia Rodrigues Conceição foi encontrado uma estrada vicinal de Rio Brilhante, completamente nu, com a cabeça enrolada com roupas e carbonizada. O autor do feminicídio ainda não foi identificado, mas o crime mobilizou toda a população em torno da violência contra a mulher.

Em uma sessão ordinária da Câmara a vereadora Wandressa Barbosa (PSB) debateu o assunto na tribuna e demonstrou preocupação com os inúmeros registros de agressões e feminicídio em Rio Brilhante. Na data, a vereadora propôs a realização de uma audiência Pública para discutir os temas. Mas antes mesmo que isso acontecesse, a violência fez uma nova vítima na cidade.