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Sidrolandia

Adolescente suspeito de matar a tiros dois colegas sofria bullying, diz estudante

Menino de 14 anos é filho de policiais militares. Outros quatro adolescentes ficaram feridos.

G1

20 de Outubro de 2017 - 16:27

Filho de policiais militares, o adolescente de 14 anos suspeito de matar dois estudantes sofria bullying, segundo contou ao G1 um colega do Colégio Goyases, escola particular de ensino infantil e fundamental onde o tiroteio aconteceu, em Goiânia. De acordo com o Corpo de Bombeiros, outros quatro alunos ficaram feridos.

"Ele sofria bullying, o pessoal chamava ele de fedorento pois não usa desodorante. No intervalo da aula, ele sacou a arma da mochila e começou a atirar. Ele não escolheu alvo. Aí todo mundo saiu correndo", revelou o aluno.

Outra colega do 8º ano do ensino fundamental contou que o colega já tinha feito ameaças.

"Ele lia livros satânicos, falava que ia matar alguns dos colegas. Um dos garotos que foi morto falava que ele fedia e chegou a levar um desodorante para a sala", contou.

Ela relatou que, quando ouviu o primeiro disparo, não imaginou que fosse um tiro. "Pensei que eram balões estourando porque amanhã seria nossa feira de ciências. Depois, ouvimos o barulho novamente e alguém gritou 'é tiro'. Aí começou o desespero", contou.

Outra estudante disse à TV Anhanguera que ficou em pânico. Ela contou que todos saíram correndo da sala.

"Ele saiu dando tiro em todo mundo da sala. Eu segurei na mão da minha amiga e fui até a polícia. Não sabia o que fazer", relatou.

Arma de uso da polícia

O tiroteio aconteceu durante o intervalo da quinta para a sexta aula, na sala do 8º ano, por volta do meio-dia. O coronel da Polícia Militar Anésio Barbosa da Cruz informou que o adolescente atirou com uma pistola de calibre .40, usada pela corporação. Será feita uma perícia para saber de quem era arma.

De acordo com a PM, assim que o atirador descarregou o cartucho, ele tentou recarregar a arma. Porém, o estudante foi contido por uma coordenadora e por colegas.

Vítimas

Os estudantes João Vitor Gomes e João Pedro Calembo, cujas idades ainda não foram divulgadas, morreram no local. O Instituto Médico Legal (IML) informou ao G1 que, até as 15h, os corpos dos dois estudantes não tinham sido identificados e seguiam na escola.

  • Já outros quatro alunos – três meninas e um menino – ficaram feridos e foram socorridos. Três deles estão no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) e um foi levado ao Hospital de Acidentados.
  • Hyago Marques – 13 anos - Consciente, respirando espontaneamente e é avaliado por uma equipe multidisciplinar do Hugo.
  • Marcela Rocha Macedo – 13 anos - consciente, respira com a ajuda de um cateter de oxigênio, também é avaliada pelo corpo clínico do Hugo.
  • Isadora de Morais – idade não confirmada: Internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hugo. Ela está sedada, entubada e é submetida a exames de imagens.
  • Lara Fleury Borges – idade não confirmada - Está internada no Hospital dos Acidentados; não teve estado de saúde divulgado.

O suspeito de disparar os tiros foi levado à sede da Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais (Depai) e, em seguida, encaminhado para o IML. Após passar por exames de corpo delito, ele retornou à delegacia.