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Policial

Suspeitos de pedofilia passavam 13 horas assistindo pornografia infantil, diz polícia

Delegada diz que envolvidos passarão por audiência de custódia nesta segunda (23). Investigação já conseguiu recuperar 60% do conteúdo baixado em computadores.

G1 MS

23 de Outubro de 2017 - 10:25

A investigação sobre o crime de pedofilia, em Campo Grande, apontou que os suspeitos passavam, em média, 13 horas ao dia tendo acesso a este tipo de conteúdo na internet. Segundo a delegada Marília de Brito, responsável pelas investigações, os homens presos em flagrante "assistiam, baixavam e compartilhavam pornografia infantil". Eles já foram indiciados e passam, conforme a polícia, por audiência de custódia na manhã desta segunda-feira (23).

"Todo o conteúdo apreendido foi monitorado e, durante o flagrante, os técnicos de T.I. foram conosco. Nós inclusive conseguimos recuperar, até o momento, 60% de todos os milhares de vídeos que eles tiveram acesso. A pornografia infantil inclui todos os tipos de sexo e então realizamos uma amostragem para o pedido de prisão em flagrante", explicou ao G1 a delegada.

De acordo com Brito, os alvos mantinham um grande fluxo das 8h30 às 21h30, com computadores conectados. "O trabalho da inteligência foi fundamental para localizarmos estes alvos, embora eles tivessem muitos subterfúgios para esconder o material pornográfico. E um deles, o advogado de 64 anos, ressaltou que não assistia todos os dias, porém, a culpa seria da polícia por deixar este conteúdo disponível", ressaltou.

O suspeito responderá por infringir dois artigos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), artigos 241 A e B. Já o homem de 27 anos foi indiciado por posse irregular de arma de fogo, tráfico de drogas e infringir também o ECA, armazenando e compartilhando tal conteúdo. "É uma ação bem ampla e hoje estaremos realizando uma vídeoconferência com outros estados, para atualizar toda a operação", finalizou a delegada.

A operação

A ação foi deflagrada a partir de uma parceria da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) fez parceria com a Polícia Civil dos estados. Até por volta de umas 8h, pelo menos 20 pessoas haviam sido presas em flagrante.

A operação Luz da Infância conta com 1.100 policiais e tem mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva. Não havia previsão de mandados de prisão, mas os presos foram detidos em flagrante com material pornográfico infantil em quatro estados e no Distrito Federal.

Só em São Paulo, são 31 mandados de busca e apreensão na capital, Grande São Paulo e interior de São Paulo. O foco da operação é o compartilhamento de fotos pela internet.

Os alvos da operação foram identificados por meio de um trabalho de cooperação entre a Diretoria de Inteligência da Senasp e a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Adidância da Polícia de Imigração e Alfandega em Brasília (US Immigration and Customs Enforcement-ICE). A investigação durou seis meses e foi coordenada pela Diretoria de Inteligência (Dint).