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Policial

Sem opção, Justiça mantém "Maníaco da Cruz" em presídio

Conforme a juíza, o Estado não tem unidades de saúde que possam receber o rapaz, conforme sugere o colega magistrado.

Correio do Estado

15 de Dezembro de 2017 - 16:39

A juíza Cinthia Xavier Letteriello, responsável pela Vara de Família de Campo Grande, afirma que em Mato Grosso do Sul não há outro local para que Dyonathan Celestrino, 25 anos, o "Maníaco da Cruz", fique internado, a não ser um presídio.

Em decisão proferida no dia sete deste mês, ela contrapõe despacho proferido em novembro pelo juiz Caio Márcio de Britto, da ª Vara de Execução Penal, que considerou "irregular e ilegal" e exigiu que Dyonathan fosse transferido, com urgência, para um hospital. 

Conforme a juíza, o Estado não tem unidades de saúde que possam receber o rapaz, conforme sugere o colega magistrado. Por isso, "não há qualquer outra medida a ser tomada nesta oportunidade, que não a de mante-lo no estabelecimento onde se encontra. Até que nova providência seja tomada pelo estado, a manutenção do interditado naquela ala de saúde é a medida que melhor atende a todos os interesses dos envolvidos - sociedade e interditado - não sendo esta caracterizada como ilegal ou irregular", afirma Letteriello.

Há três anos, a Justiça enfrenta um impasse sobre o que fazer com o rapaz que matou três pessoas em 2008. Desde 2014, Dyonathan foi interditado e está sob internação compulsória, ou seja, é mantido internado para tratamento, por medida de segurança.

Pela lei, ele já não deveria estar em um presidio e sim num hospital psiquiátrico, pois já não cumpre mais medida socieducativa, referente aos crimes que cometeu, mas sim internação. Ocorre que, em Mato Grosso do Sul, não há hospitais psiquiátricos que possam receber pacientes semelhantes a ele. Enquanto isso, Dyonathan permanece no Instituto Penal de Campo Grande (IPCG), onde participa de atividades de reinserção, inclusive cursa graduação EAD em Gestão Ambiental. 

Ele também é acompanhado por uma médica psiquiatra da Secretaria Estadual de Saúde, bem como por uma equipe multidisciplinar do setor de saúde da unidade prisional.

CRIMES

A primeira vítima de Dyonathan foi o pedreiro Catalino Gardena, que era alcoólatra. O crime foi em 2 de julho de 2008. A segunda vítima foi a frentista homossexual Letícia Neves de Oliveira, encontrada morta em um túmulo de cemitério, no dia 24 de agosto. A terceira e última vítima foi Gleice Kelly da Silva, de 13 anos, encontrada morta seminua em uma obra, no dia 3 de outubro daquele ano. Dionathan foi apreendido em 9 de outubro, seis dias após o último assassinato.

Ele chegou a fugir da Unei de Ponta Porã, no dia 03 de março de 2013, mas foi recapturado em 27 de abril 2013, pela Polícia Nacional do Paraguai, na cidade de Horqueta. O rapaz foi entregue à Polícia Civil de Ponta Porã e levado para a delegacia.

Depois veio para Campo Grande, onde ficou alguns dias na 7ª DP, e em seguida foi internado na Santa Casa de Campo Grande para exames. Durante o tempo em que esteve no hospital, ficou isolado e sob escolta policial e teve alta psiquiátrica no dia 23 de maio de 2013. O jovem só foi encaminhado ao presídio após a Justiça rever a decisão e determinar a permanência dele em uma ala de saúde do estabelecimento penal.