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Sidrolandia

FHC diz que "brasileiro quer malandro que rouba na cadeia"

11 de Abril de 2010 - 20:52

Coube ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso o papel de verbalizar o embate direto com o governo Luiz Inácio Lula da Silva, dando combustível para um dos que serão os principais temas da eleição presidencial deste ano: a comparação entre as gestões petistas e tucanas. O ex-presidente destacou em seu discurso o "desrespeito à lei". Essa é uma das estratégias do PSDB que quer colar em Lula e no PT a pecha de que não respeitam a Justiça, tendo como pano de fundo as condenações do presidente por fazer campanha antecipada. "O Brasil cansou de arrogância e desrespeito à lei", afirmou.

E insistiu no discurso ético ao afirmar que o brasileiro quer ver "malandro que rouba na cadeia". "Muito do que se fez hoje, foi plantado no meu governo", declarou o ex-presidente Fernando Henrique, que criticou o fato de o atual governo não reconhecer, segundo ele, avanços das gestões anteriores. "Serra saberá reconhecer o que foi feito. Não cuspimos no prato que comemos." FHC criticou o governo atual falando que as obras e ações são iniciativas de "marqueteiros". Também questionou projetos específicos do governo Luiz Inácio Lula da Silva, como a transposição do Rio São Francisco, umas das maiores obras do governo federal. "Não a vi", disse o ex-presidente ao contar que foi à região tentar conhecer a obra.

O ex-presidente teceu elogios a Serra e disse que o ex-governador seria capaz de produzir a "união". Chamou-o de "construtor do futuro" e de "generoso". Disse que ele "mudou" São Paulo. E brincou. "Ele sempre teve esse olho esbugalhado", disse, ao contar quando o conheceu.

Ao elencar as características do "amigo", completou: "Não vai transformar virtudes em propaganda". Também aproveitou para fazer um mimo em Aécio Neves, vice dos sonhos de FHC, chamando-o de "futuro do Brasil". Embora o PSDB queira fazer uma campanha comparando as biografias de Serra e da adversária Dilma Rousseff, o PT vai tentar levar a discussão para as atuações de FHC e Lula. Num primeiro momento, o ex-presidente não faria discurso na festa. Mas, temendo alimentar a estratégia dos adversários, o PSDB convidou o tucano para discursar.