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Wilson Aquino

200 anos de restauração do Evangelho

Wilson Aquino

03 de Março de 2020 - 09:59

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias comemora 200 anos de restauração do Evangelho este ano. Ela afirma que uma apostasia geral se desenvolveu durante e após o período apostólico, e que a igreja primitiva perdeu seu poder, autoridade e graças, como instituição Divina, tornando-se uma simples organização terrena. Isto, até a primavera de 1820, quando iniciou o processo de restauração. Nesse dia ocorreu um dos fenômenos mais importantes já registrados na história da humanidade e que será tratado no decorrer do presente artigo.

Voltando à apostasia, as evidências do declínio e extinção da igreja primitiva entre os homens se encontra nos registros sagrados e na história secular. Na segunda Epístola do apóstolo Paulo aos Tessalonicenses 2:3, ele afirma: "Ninguém de maneira alguma vos engane; porque aquele dia (2ª vinda de Cristo) não virá sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição".

Em Amós 8:11,12"Eis que vêm dias, diz o Senhor Deus, em que enviarei fome sobre a Terra, não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do Senhor. E irão errantes de um mar até outro mar, e de norte até o oriente; correrão por toda a parte, buscando a Palavra do Senhor, mas não a acharão".

As Escrituras Sagradas trazem outros (inúmeros) relatos sobre esse período:  Israel devia guardar-se para que seu coração não se desviasse do SenhorDeut. 29:18Alguns se desviaram da verdade, II Tim. 2:18As trevas cobriram a Terra, Isa. 60:2Entrarão no meio de vós lobos cruéisAt. 20:29Eles quebraram a aliança eterna, Isa. 24:5; Este povo se aproxima de mim com a sua boca.

E assim foi o longo período de apostasia da humanidade depois da morte de Jesus Cristo e seus apóstolos. Gradualmente as pessoas mudaram os ensinamentos da igreja que o Senhor havia estabelecido na Terra.

Embora ainda houvesse muitas pessoas boas e parte da verdade permanecesse, houve um desvio da verdade e, assim, a Igreja original de Cristo deixou de existir. Consequentemente perdeu-se também o sacerdócio, que é a autoridade e poder concedidos por Deus ao homem para agir em todas as coisas relacionadas com a salvação da humanidade.

O processo de restauração do Evangelho começou na primavera de 1820, quando um jovem de 14 anos, chamado Joseph Smith, buscava a verdade. Queria saber qual igreja ele deveria seguir. Tocado pela passagem de Tiago 1:5 ("E se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, sem repreensão, e ser-lhe-á dada"), o menino se retirou para orar em um bosque próximo à sua casa em Palmyra, Nova Yorque.

Enquanto orava, Deus o Pai e Seu Filho Jesus Cristo apareceram a ele, do mesmo modo como seres celestiais haviam aparecido a profetas nos tempos bíblicos. Joseph foi informado de que a igreja primitiva, organizada por Cristo, não estava mais na Terra e que ele teria uma missão na vida. Mais tarde recebeu a visita de outros mensageiros celestiais que lhe mostraram onde estavam enterrados registros antigos, escritos em placas de ouro, e que foram traduzidos pelo então jovem Joseph Smith, por intermédio do poder de Deus. Tratava-se do Livro de Mórmon, um volume de escrituras sagradas comparável à Bíblia. Um registro da comunicação de Deus com os antigos habitantes das Américas e que contém a plenitude do evangelho eterno.

O livro foi escrito por muitos profetas antigos, pelo espírito de profecia e revelação. Suas palavras, escritas em placas de ouro, foram citadas e resumidas por um profeta-historiador chamado Mórmon (daí o nome do livro). O registro contém um relato de duas grandes civilizações. Uma veio de Jerusalém no ano 600 a.C. e posteriormente se dividiu em duas nações, conhecidas como Nefitas e Lamanitas. A outra veio muito antes, quando o Senhor confundiu as línguas na Torre de Babel. Este grupo é conhecido como Jareditas. Milhares de anos depois, foram todos destruídos, exceto os Lamanitas, que são os principais antepassados dos índios americanos.

O acontecimento de maior relevância registrado no Livro de Mórmon é o ministério pessoal do Senhor Jesus Cristo entre os Nefitas, logo após Sua Ressureição. O livro expõe as Doutrinas do Evangelho, delineia o Plano de Salvação e explica aos homens o que devem fazer para ganhar paz nesta vida e salvação eterna no mundo vindouro.

Coube também a Joseph Smith a restauração da Igreja primitiva, que recebeu o nome de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, a que mais cresce em todo o mundo, cujo clero não é remunerado.

*Jornalista e Professor