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Aumento da violência contra jornalistas preocupa Conselho de Segurança

Já na opinião do jornalista Alberto Dines, do Observatório da Imprensa, a violência urbana no Brasil é um dos fatores que prejudicam o trabalho da mídia.

Rádio ONU

17 de Julho de 2013 - 14:54

Proteção dos profissionais é debatida pelo órgão nesta quarta-feira; somente no ano passado, 121 jornalistas foram assassinados no mundo e outros 200 foram detidos. O Conselho de Segurança debate nesta quarta-feira a proteção de jornalistas e o aumento da violência contra profissionais da área. A reunião é uma iniciativa dos Estados Unidos, país que preside o Conselho neste mês.

Segundo a Missão americana, somente no ano passado, 121 jornalistas foram assassinados em todo o mundo e mais de 200 foram detidos.

Combate à Impunidade

Na sessão, os países membros do Conselho abordam as melhores práticas para a proteção de jornalistas; esforços para combater a impunidade de crimes na área e como a sociedade civil pode ajudar na proteção desses profissionais. O Brasil é o único país de língua portuguesa dentre as 45 nações inscritas para discursar na sessão.

A Rádio ONU foi saber como anda a segurança dos jornalistas em alguns dos países lusófonos. Da África, o jornalista investigativo Milton Machel falou sobre a situação em Moçambique.

Proteção

"Em momentos dramáticos, nós notamos que os jornalistas são alvos fáceis, por causa da situação de debilidade financeira ou econômica, por parte dos seus órgãos de informação e das instituições que lidam com essa questão da segurança, da proteção dos jornalistas, se é que existe efetivamente aqui em Moçambique. (Instituições) que não estão preparadas para uma situação de reagir a um determinado episódio ou poder garantir a segurança logo à partida."

Já na opinião do jornalista Alberto Dines, do Observatório da Imprensa, a violência urbana no Brasil é um dos fatores que prejudicam o trabalho da mídia.

“A violência no Brasil não é só o narcotraficante, tem as milícias que estão ligadas (ao crime). Agora mesmo se desbaratou uma quadrilha de policiais inclusive delegados que trabalhavam na Divisão de Narcotráfico emSão Paulo, e que estavam implicados com narcotraficantes. Agora, eu não vejocomodar medidas de proteção (aos jornalistas) porque aí o jornalista vai perder a sua mobilidade.Comoé que você vai entrevistar alguém com dois guarda-costas? É meio complicado….”

Especialistas

O debate do Conselho de Segurança é aberto, com a participação de quatro especialistas, como o correspondente americano Richard Engel, da rede NBC; a vice-presidente do Comitê de Proteção de Jornalistas e editora da Associated Press, Kathleen Carroll e o correspondente e fundador da Rádio Simba, da Somália, Mustafa Abidinur.

A última vez que o assunto foi debatido pelo Conselho de Segurança foi em 2006, ao adotar uma resolução sobre a proteção de jornalistas. O documento condena e pede o fim dos ataques contra profissionais da mídia, em especial durante conflitos armados.

Segundo o Comitê para Proteção de Jornalistas, o ano passado foi o mais violento para os profissionais do setor. A ONG emitiu uma lista de risco com os países mais perigosos para jornalistas. No topo da relação aparece a Síria, seguida por Somália, Paquistão, Índia e Brasil.