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Economia

Consumidores criticam falta de punição do Procon para empresas e deixam de reclamar

A aposentada Oceni Moreira Albuquerque, 65 anos, tenta há dois meses, sem sucesso, receber de volta o dinheiro de uma operadora de TV assinatura

Midiamax

15 de Março de 2013 - 14:34

O consumidor que já passou por algum problema ao adquirir algum serviço ou mercadoria conhece seus direitos, mas afirma que a dor de cabeça para encontrar uma solução junto às empresas é tão grande que preferem descomplicar a enfrentar a burocracia.

A aposentada Oceni Moreira Albuquerque, 65 anos, tenta há dois meses, sem sucesso, receber de volta o dinheiro de uma operadora de TV assinatura que sequer instalou a antena. “Contratei por telefone e escolhi a opção de pagamento por débito automático. Eles garantiram que os técnicos iriam em 24 horas, e até hoje não foram, só que o dinheiro está sendo debitado”, conta. Ela não procurou qualquer órgão de defesa do consumidor porque acredita que não vai resolver nada. “A gente só ouve que o número de denúncia cresce, que tal empresa é líder de reclamações, mas não passa disso, elas continuam aí, ganhando mais clientes”, opina.

A reincidência no ranking de reclamações do Procon/MS, ou seja, mesmo após a aplicação de multa e medidas administrativas do órgão a empresa continua entre as que prestam um serviço ruim, é uma realidade. No Estado, o foco dos problemas está na Enersul, Claro, Casas Bahia, Magazine Luiza, Tim, Banco do Brasil, Banco BMG, Vivo, Caixa Econômica Federal e Santander, que lideraram o ranking de reclamações do Procon ao longo de 2012.

Com a crescente insatisfação do consumidor, o governo federal anunciou hoje (15), Dia Internacional do Consumidor, medidas que devem tornar a atuação mais eficaz. “Como o número de empresas reincidentes é grande, vamos não só aplicar a multa, mas suspender a atividade destas empresas até que elas voltem a oferecer um serviço de qualidade”, diz o superintendente do Procon/MS, Alexandre Monteiro Rezende,

Esta é a primeira medida que integrará o pacote no Estado. Em âmbito nacional, o foco do chamado Plano Nacional de Consumo e Cidadania é a criação de uma lista de produtos e serviços que lideram o ranking de reclamações , que será elaborada em até 30 dias, além de maior autonomia dos Procons estaduais.

Para Rezende, problemas como o de Lincoln e Oceni devem diminuir bastante após a implantação do plano de medidas do governo. “O trabalho de divulgação do ranking serve para alertar o consumidor que aquela empresa não faz um bom trabalho. O fechamento de uma empresa será um choque muito maior para a imagem daquela empresa”, afirma.

Validade dos produtos no supermercado também é criticada pelos consumidores

A artesã Iolanda Pereira faz uma crítica contra os supermercados, que anunciam promoções para produtos que estão vencidos. “Eles colocam cartazes enormes, e a gente acaba levando, por empolgação. Mas, chegando em casa, a gente percebe que a data de validade é no dia seguinte”, reclama. “Além disso para quem usa óculos para enxergar de perto, é horrível para ver a validade”, acrescenta.

O problema fará parte do trabalho de proteção aos consumidores, por meio de uma parceria com o Procon/MS e a OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil), que lançou uma campanha de conscientização, em parceria com a AMA (Associação Sul-mato-grossense de Supermercados). “Os consumidores precisam ficar atentos a seus direitos, principalmente neste caso, que representa um risco à saúde”, conclui Rezende.