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Economia

Em MS, patroa ressalta confiança e doméstica sonha com FGTS

Empregadora e trabalhadora elogiam mudanças da PEC das Domésticas. Em vídeos, elas falam sobre as expectativas sobre as novas regras.

G1

27 de Março de 2013 - 07:51

"É a funcionária de maior confiança que se pode ter". Assim a corretora imóveis de Campo Grande Angela Faustino, de 59 anos, caracteriza o trabalho do empregado doméstico.

Angela considera positivas as mudançasestabelecidas com a aprovação, na terça-feira (26), por unanimidade no Senado, da proposta de emenda à Constituição conhecida como PEC das Domésticas, que amplia direitos destes trabalhadores como Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e pagamento de horas extras. A expectativa é que o texto seja promulgado na semana que vem, o que garante, de forma imediata, novos direitos a babás, faxineiros e cozinheiros, dentre outros trabalhos exercidos em residências.

“Uma boa empregada doméstica não tem preço”, diz ela, que em 2011, na série Doméstica com Tudo Legal, do G1, foi entrevistada e, à época, comentava sobre seu método para contratação de funcionárias para trabalhar em sua residência: fazia testes até escolher a melhor mão de obra. Hoje, Angela aponta que encontrar trabalhadoras qualificadas no setor continua muito difícil.

Para a corretora, este é o principal contraponto com a aprovação da PEC que vai beneficiar as domésticas. “Mão de obra qualificada é dificílima. As leis estão caminhando para que elas [domésticas] exijam seus direitos, só que não temos qualificação. E se elas quiserem, não têm aonde fazer um curso para se qualificar”.

Sobre a ampliação dos direitos, Angela considera o pagamento do FGTS como um ponto “dispendioso” por conta do trâmite exigido para que uma empregadora recolha o benefício à funcionária. Na opinião dela, o poder público deveria criar mecanismos mais práticos. A questão ainda passará por regulamentação.

Mesmo assim, a corretora diz que o pagamento de todos os direitos previstos com a PEC não será empecilho na contratação de uma doméstica, profissional que procura há uma semana, desde que atenda suas demandas. “Minha última funcionária trabalhou comigo por três anos. Agora, estou sem, mas à procura novamente. Não tenho mais tempo para fazer testes. Preciso de referências, afinal, não posso colocar qualquer pessoa dentro da minha casa”, diz.

Há 12 anos trabalhando para a mesma família, a doméstica Sandra Melo, 45 anos, é uma dessas profissionais de confiança. Gerencia o funcionamento da casa e leva uma menina de 9 anos ao curso de inglês duas vezes por semana.

A rotina diária começa às 7h e vai até as 13h.  A jornada exaustiva, que inclui limpeza da casa, cuidado com as roupas e produção da refeição vai ficar mais prazerosa, segundo ela.

Sandra diz que já conversou com os patrões e recebeu a confirmação de que os direitos previstos serão cumpridos. Segundo ela, o FGTS era um sonho. “Vou até fazer uma carteira de trabalho nova. Sempre sonhei com isso [fundo de garantia]. Agora quero trabalhar mais”, disse ao G1.